quinta-feira, 23 de julho de 2009

EXPERIÊNCIAS PARAPSICOLÓGICAS: ILUSÕES PSÍQUICAS

EXPERIÊNCIAS PARAPSICOLÓGICAS: ILUSÕES PSÍQUICAS

de Susan Blackmore


Por que tantas pessoas acreeditam em fenômenos parapsicológicos? Porque elas têm experiências parapsicológicas. E por que elas têm experiências parapsicológicas? Porque essas experiências são cosequência inevitável da maneira com que pensamos. Quero sugerir que, como ilusões de ótica, elas são o preço que pgamos por um relação em geral bastante eficiente com um mundo enormemente complexo.

A última pesquisa Gallup (Gallup e Newport, 1991) mostra que certca de um terço dos norte-americanos acreditam em telepatia e cerca de um quarto afirmam tê-la experimentado. Bem menos tiveram experiências de clarividência ou psicocinese, mas ainda assim os números são bastante altos e não vêm diminuindo ao longo dos anos.Pesquisaas enteriores chegaaram a números semelhantes e tmbém a razõ mais comum para a crença no paranormal é a experiência pessoal (Palmer, 1979; Blackmore, 1984).

Uma "experiência parapsicológica" é definida aqui como qualquer experiência que o sujeito crê precisar de uma explicação parapsicológica ou paranormal. A questão da necessidade de tal hipótese nao é abordada aqui. Estamos tentando entender como tais experiências podem acontecer mesmo na usência de fenômenos genuinamente paranormais. Deve-se notar que muitos estudos experimentais de psi (como adivinhar longas cadeias de alvos) não produzem experiências parapsicológicas nese sentido, embora possam gerar evidências do paranormal. Outros (como os estudos ganzfeld e a visão remota, talvez) produzem, mas a eperiênci é uma questão separada da significância estatística ou evidência de psi. Estamos aqui voltados para a experiência e a crença, não a evidência favor do fator psi.

Minha hipótese é de que as experiências parapsicológicas são comparáveis com ilusões de ótica. A experiência é bastante real, mas sua origem são processo internos, e não particularidades do mundo observável. Como as ilusões de ótica, elas surgem de procssos cognitivos que são geralmente adequados mas que sob certas circunstâncias levam a conclusões erradas. Em outras palavras, elas são o preço que pagamos por usarmos heurística eficiente.

No caso da visão, as ilusões acontecem quando, por exemplo, a profundidade é representada em figuras bidimensionais e mecanismos de constância dão a resposta que seria correta para a profundidade correta. O equivalente neste caso para as ilusões parapsicológicas pode ser a ilusão de que uma certa causa está em ação e é necessária uma explicação quando na verdade não há nada. Em outras palavras, ilusões parapsicológicas são ilusões de causalidade. Vou discutir cinco tipos de ilusão.

1. Ilusões de Conexão

Experiências de telepatia, clarividência e precognição implicam em uma coinciência "grande demais para ser somente devida ao acaso." Isso contece na experiência de sonhar com a morte de uma pessoa e ela morrer algumas horas depois, e também quando sentimos que devemos buscar alguém na estação e de fato a pessoa estava em dificuldades e precisando de ajuda ou mesmo se apostamos em um cavalo que acaba ganhando a corrida.

A resposta de alguns a esses eventos é dizer que "isso foi somente uma coincidência aleatória", enquanto outros afirmam que "não pode ser por acaso". No segundo caso, o indivíduo irá então buscar uma explicação causal para a coincidência. Se não se achar nenhuma, uma "causa" como percepção extra-sensorial (PES) pode ser invocada. Alternativamente, pode-se procurar algum tipo de conexão acausal mas significativa, como no "princípio conector causal" (Jung, 1973).

Dois tipos de erro podem ser cometidos aqui. Primeiro, as pessoas podem tratar eventos conectados como puras coincidências, portanto perdendo conexões reais entre eventos e não procurando explicações. Segundo, elas podem tratar eventos casuais como conectados e procurar expicações quando não são necessárias. No mundo real de informações inadequadas e interações complexas poderia se esperar que erros de ambos os tipos ocorressem. Quero sugerir que o segundo tipo dá origem a experiências de PES.

Isso é comprável à teoria clássica de detecção de sinal. A figura 1 mostra duas distribuições. Para qualquer intensidade de estímulo poderia haver ruído ou ruído e sinal. Em baixas razões de sinal/ruído, não é possível ser um detector perfeito. Erros são inevitáveis e podem acontecer tanto perdendo um sinal verdadeiro como pensando que existe um sinal qundo ele não existe. Quero sugerir que quem crê no paranormal (chamados de "ovelhas" [sheep] no jargão psicológico) têm maior probabilidade de cometer o segundo erro que as pesoas que nao crêem (chamados "bodes" [goats]). Na teoria de detecção de sinais, isso é descrito em termos de um critério variável. À medida que variam as recompensas, as pessoas podem usar um critério iferente, cometendo mais um certo erro e menos o outro. Sua sensibilidade (d) pode não mudar quando seu critério muda (ver Figura 2). Não é um questão de certo ou errado mas de qual erro se prefere cometer, dado que se cometerá algum.

Uma predição desse enfoque é que as pessoas que com mais frequência procuram explicações para eventos casuais têm maior probabilidade de ter experiêncis parapsicológicas. Portanto, as ovelhas seriam os indivíduos que subestimam a probabilidade de coincidências aleatórias.

Sabe-se há muito tempo que estimativas de probabilidde podem ser terrivelmente imprecisas. Kahneman e Tversky (1973) exploraram um pouco da heurística, como "representatividade" e "disponibilidade", que faz as pessoas acharem as coincidências surpreendentes (Fall, 1982; Falk e McGregor, 1983). Acrescentar dtalhes epecíficos mas supérfluos pode fazer as coincidêncis parecerem mais surpreendentes, e coisas que acontecem aos próprios sujeitos parecem mais surpreendentes do que quando acontecem a outros. Diconis e Mosteller (1989) fizerm um revisão de algumas maneiras para estudar a psicologia ds coincidências e forneceram modelos para calcular probabilidades.

No entanto, existe pouca pesuisa relacionando esses erros de julgamento com a crença no parnormal ou a experiências parapsicológicas. Blackmore e Troscianko (1985) descobrirm que as ovelhas se saem pior do que os bodes em uma variedade de tarefas com probabilidades. Por exemplo, em questões que mediam a resposta ao tamanho da amostra, as ovelhas foram bem pior que os bodes. Foi feita a conhecida pergunta: quantas pessoas um grupo precisa ter para que haja uma chance de 50% de que duas dlas tenham o mesmo dia de aniversário? (Ver Diconis e Mosteller, 1989, para um modlo geral para esse tipo de pergunta) Como pevisto, os bodes acertaram com freqüência significativamente maior que as ovelhas.

Os sujeitos também usaram um jogo computadorizado que simula o lançamento de uma moeda e se perguntou a eles quantos acertos provavelmente teriam. A resposta certa, 10 acertos em 20 tentativas, parece óbvia. No entanto, as média das ovelhas foi 7,9 — significativamente mais baixa, emquanto os bodes forneceram a estimativa mais precisa de 9,6.

É necessária mais pesquisa aqui. Seria interessante testar se ovelhas e bodes projetam probabilidades diferentes para vários tipos de coincidências tanto em laboratório como em eventos da vida cotidiana.

2. Ilusões de Controle

Quando a coincidência é entre as ações da própria pessoa e um evento externo a elas, o mesmo efeito pode acontecer, mas a causa imaginada será o controle pessoal, ou no contexto de psi, será telecinese. O nome "ilusão de controle" foi cunhado por Langer (1975). Descobriu-se que as ovelhas têm mais ilusão de controle que bodes em tarefas psi (Ayeroff e Abetson, 1976; Jones et al., 1977; Benassi et al., 1979).

Pode-se argumentar que se a telecinese acontece então a percepão de controle nessas tarefas não é ilusória. Isso é menos provável, dado que não se verificou telecinese nesses experimentos. No entanto, para excluir essa explicação, Blackmore e Troscianko (1985) usaram uma atividade psi disfarçada. Não houve evidência de telecinese e houve maior ilusão de controle em ovelhas que em bodes.

3. Ilusões de Padrão e de Aleatoreidade

Padrões e aleatoreidade não podem ser distinguidos inequivocamente. Em uma série de eventos longa o suficiente, qualquer combinação ou sequência de eventos pode ocorrer por acaso. No entanto, o processo de extrair padrões do ruído é central a todos os processos sensoriais. Como no caso das coincidências, dois tipos de erro podem ocorrer. Um é a falha em detectar padrões que existem, e o outro é a tendência de ver padrões que não existem. Estamos afirmando que o segundo tipo de erro fará as pessoas procurarem por uma causa e que já que não existe causa elas poderão procurar explicações paranormais.

Isso implica na predição de que as pessoas que fazem esse tipo de erro têm maior probabilidade de ter experiências parapsicológicas (ou experiências que elas interpretem assim) e daí viria a crença no paranormal.

Sabe-se há muito que as pessoas julgam mal a aleatoreidade. Em particular, quando tentam gerar séries de números aleatórios (geração aleatória subjetiva, ou GAS), as pessoas tipicamente repetem muito menos o mesmo dígito do que se esperaria por acaso (ver reviews de Bodescu, 1987, e Wagenaar, 1972). Isso está relacionado à "falácia do jogador", que faz as pessoas pensarem que uma longa série de vermelhos deve ser seguida por preto. Experimentos com PES geralmente são equivalentes a GAS e mostram o mesmo viés.

Blackmore e Troscianko (1985) não encontraram diferenças entre ovelhas e bodes na GAS para séries de dígitos de 1 a 5 ou na capacidade de ovelhas e bodes de distinguir sequÊncias aleatórias de sequências com viés. No entanto, Brugger, Landis e Regard (1990) encontraram essa diferença. Eles afirmaram que as mesmas variáveis afetam PES e GAS no mesmo sentido — variáveis como duração da atividade, drogas estimulantes e depressoras e idade. Eles inclusive sugerem que muitos dos casos em que se detectou PES em laboratório podem ser explicados por correspondências entre as sequências-alvo e o viés humano. Embora haja alguma evidência nesse sentido em estudos com feedback imediato (Gatlin, 1979; Tart, 1979), isso não explica com facilidade os resultados obtidos sem feedback e com aleatorização adequada dos alvos.

Eles testaram a relação coma crença no paranormal em três estudos. GAS foi estudada em um experimento de telepatia com cinco símbolos que se podia escolher. As ovelhas produziram significativamente menos repetições do que os bodes. Sujeitos com crenças intermediárias produziram resultados intermediários. Não houve evidência de PES e nem efeito ovelha-bode (i.e., ovelhas não foram melhores do que bodes no teste de PES).

Em um segundo experimento, GAS foi estudada na imitação do rolar de dados (6 escolhas). O mesmo efeito foi encontrado. No terceiro, os sujeitos viram sequências de dados com diferentes números de repetições e responderam qual seria a mais provável de acontecer primeiro por acaso. É claro que a probabilidade de todos eles era a mesma, mas os sujeitos tendiam a escolher a série com menos repetições. As ovelhas agiram dessa maneira mais intrensamente que os bodes, e o grupo intermediário teve resultados intermediários. Esses resultados parecem bastante consistentes e mostrar o esperado viés maior nas ovelhas.

Para aprofundar os testes, Katherina Galaud, da universidade de Bristol, conduziu um experimento para comparar GAS em diferentes números de opções. Pode-se argumentar que a maior parte das pessoas poderia prever ou calcular sequências prováveis quando somente duas opções são possíveis mas que o mundo real envolve tipicamente escolhas variadas e probabilidades baixas. Talvez a GAS seja ainda menos aleatória quando mais escolhas forem possíveis. Esse experimento estudou a variação nos resultados com diferentes números de opções.

Cento e vinte estudantes receberam o Teste de Crença no Paranormal (TCP, ou Belief in the Paranormal Scale, BPS) (Jones, Russel e Nickel, 1977), um questionário de aleatoreidade e um questionário de probabilidade. O questionário de probabilidade consistia de três perguntas baseadas no "problema do táxi" (Kahneman e Tversky, 1972) alterado para fornecer respostas corretas de 20, 40 e 80 por cento. O questionárioi de aleatoreidade pedia aos sujeitos para gerar séries de números aleatórios, escolhendo os dígitos 1 a 2, de 1 a 4 ou de 1a 8, com o número esperado de repetições sendo 12, 6 e 3, respectivamente. Não houve diferenças entre ovelhas, bodes e o grupo intermediário (Blackmore, Galaud e Walker, na imprensa).

Há duas diferenças entre esse experimento e o de Brugger que podem ser responsáveis pela diferença de resultados. Um é que Brugger et al. marcavam a geração de dígitos com um metrônomo. Pode ser que, dado tempo para pensar sobre aleatoreidade, as pessoas em alguma medida compensem o seu viés e que respostas sem tempo predeterminado e sem pressão como as do presente experimento não as revelem. No entanto, também se pode argumentar que em situações da vida real geralmente não há a pressão sobre o tempo. Outra diferença é que eles só usaram uma pergunta sobrte PES para dividir os sujeitos em ovelhas, bodes e intermediários. Novos experimentos estão em curso em Bristol para definir se esses fatores são os responsáveis.

4. Ilusões de Forma

O reconhecimento de objetos também pode lebar aos mesmos dois tipos de erro. O enfoque conservador implica em não notar formas interessantes que estão lá. Um enfoque menos cauteloso implica em ver coisas que não estão lá. Possivelmente, as pessoas com mais probabilidade de ver formas onde não há nenhuma também tem maior probabilidade de ver apariçõpes ou fantasmas ou de procurar explicações paranormais quando não são necessárias.

Em um segundo experimento conduzido por Catherine Walker (Blakmore, Galaud e Walker, no prelo), trestamos essa questão e outra relacionada. Se as ovelhas vêem mais formas em imagens com bastante ruído, isso é um erro comparado com os bodes, ou os bodes têm maior probabilidade de não ver formas que estão presentes? Essa é a conhecida questão de precisão versus critério. As ovelhas simplesmente têm um critério menos exigente que os bodes para ver formas, com a mesma precisão para distingui-las, ou elas cometem mais erros?

Cinquenta sujeitos receberam o TCP e foram testados na tarefa de identificação de objetos. O estímulo consistia de quatro conjuntos de sete fotos cada, variando de borrões que mal se pode identificar a formas claras (Ver Figura 3). As formas finais eram duas folhas, um pássaro, um peixe e um machado. Elas foram apresentadas por 10 milissegundos cada, com uma máscara de pontosd pretos sobre fundo branco entre as apresentações. Os quatro estímulos menos identificáveis apareciam primeiro, progredindo pela série comos quatro em cada nível em ordem aleatória. Perguntava-se aos sujeitos se eles viam alguma forma, e em caso positivo, qual era ela.

Havia sido previsto que as ovelhas veriam formas mais cedo em cada série do que os bodes mas que não seriam mais precisas do que eles em identificar as formas. Em outras palavras, elas teriam um critério menos rigoroso. E foi exatamente isso que se encontrou. Os pontos no TCS não tinham correlação como número de figuras identificadas corretamente, mas tinham boa correlação com o número de identificações incorretaS e com a tendência de ver formas mas não identificá-las. Em outras palavras, as ovelhas tinham maior probabilidade de dar respostas erradas, mas não se saíam pior em detectar as figuras que de fato existiam. Os bodes, embora afirmassem que havia uma forma, não tinham tanta tendência quanto as ovelhas em identificá-la.

Isso confirma que ovelhas têm maior probabilidade de afirmar verem formas identificáveis em estímulos ambíguos, mas existem muitas razões possíveis para isso. Por exemplo, a criatividade pode ter correlação com a crença no paranormal e com a tendência em ver formas. Sejam quais forem as origens dessa tendência, os resultados se encaixam na idéia de que a crença no paranormal pode ser estimulada naqueles que frequentemente vêem formas na ambiguidade.

5. Ilusões de Memória

Além de todos os processos acima, a memória seletiva pode fazer as coincidências parecerem ocorrer com mais frequência do que de fato acontecem.Hintzman, Asher e Stern (1978) demonstraram a existência de memória seletiva de eventos significativamente correlacionados. Fischoff e Beyth (1975) mostrou que as pessoas lembram erroneamente suas previsões anteriores para adequá-las ao que de fato aconteceu.

Podemos prever que pessoas especialmente inclinadas a tais fenômenos de memória têm maior probabilidade de procurar explicações paranormais e portanto de ter experiências parapsico~lógicas e acreditar no paranormal. Se for assim, esses efeitos seriam maiores em ovelhas do que em bodes, mas isso ainda não foi testado.

A popularidade de videntes também pode depender em certo grau da memória seletiva. A lembrança seletiva de coincidências significativas e afirmações verdadeiras sobre a pessoa se soma ao efeito Barnum, que é a tendência de se aceitar certos tipos de leituras de personalidade como verdadeiros para si mas não para outros (Dickson e Kelly, 1985). Se isso for verdade, é de se esperar que as pessoas que frequentam videntes devem ser mais inclinadas a esse tipo de memória seletiva. Isso também não foi testado, mas existe um projeto em andamento em Bristol para investigar isso.

Conclusões

Foram explorados cinco tipos de ilusões parapsicológicas. Elas podem ser a base para muitas experiênmcias parapsicólógicas espontâneas que geram crença no paranormal. A tendência das ovelhas de mpstrar muitos desses efeitos em maior profundidade do que os bodes tende a confirmar essa hipótese.

Essa conclusão não se aplica a muitos tipos de experimentos psi, especialmente os sem feedback e com técnicas sólidas de aleatorização. Portanto, isso não se correlaciona com a questão de os experimentos de laboratório produzirem ou não evidência a favor do psi. Fora do laboratório, esses processos podem produzir experiências parapsicológicas e crença no paranormal de maneira bastante independente da existência ou não de fenômenos genuinamente paranormais.

Portanto, esses resultados não são tanto uma evidência contra a ocorrência de fenômenos paranormais, mas uma sugestão de que devemos encontrar altas incidências de experiências paranormais e crenças disseminadas no paranormal, quer os fenômenos parapsicológicos ocorram ou não.

A Natureza do Ceticismo

A base desse enfoque é que os seres humanos, ao tentar entenderem o mundo, certamente cometem erros. Por um lado, eles não percebem o que existe, e por outro, inventam o que não existe. Isso se aplica tanto a sinais simples como a correlações complexas e teorias científicas assim como à percepção. Tentei mostrar algumas delas na Figura 4.

Na vida cotidiana o equivalente das ovelhas é alguém que vê algo interessante em tudo. O equivalente do bode é alguém que precisa de muitas evidências antes de ver ou experimentar algo. Provavelmente eles vão perder boa parte da diversão!

Similarmente, em ciência o equivalente de uma ovelha é alguém que se interessa por todas as teorias malucas e vagas indicações. O problema é que eles podem facilmente seguir pistas falsas. O equivalente do bode é alguém que não se interessa em teorias doisas e se atém somente ao convencional. Elas podem estar seguras mas provavelmente não notarão a nova teoria interessantíssima quando ela aparecer.

Você faz a escolha e toma com ela as consequências — diversão ou tédio, medo do fracasso ou amor à novidade. Mas e o ceticismo? Não creio que o verdadeiro cético seja o bode. O verdadeiro cético não fica sempre necessariamente de um lado do espectro mas pode mudar de critérios se as circunstâncias exigirem. O verdadeiro cético é tão cético em relação ao bode que nega tudo como em relação à ovelha que tudo aceita (como é o "cético progressivo" de John Palmer [1986]). Verdadeiros céticos podem deixar seu medo de parecerem tolos ou diminuir o amor ao novo se for adeaudo, podem ser cautelosos ou se arriscarem de acordo com seu entendimento das questãoes. O verdadeiro cético não é o bode ao extremo, mas algo mais como um cavalo voador.

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