quinta-feira, 23 de julho de 2009

Metódo científico para investigação de fenômenos paranormais





Metódo científico para investigação de fenômenos paranormais

Publicado em: 21 de fevereiro de 2008, 17:19:49 - Lido 410 vez(es)

> Mac: Como todos nós, os cientistas têm suas crenças pessoais, Yker.
> Alguns deles são materialistas, outro apenas agnósticos, outros
> ainda são religiosos (cristãos, espíritas, etc). Mas se a gente
> quiser ver a posição não dos cientistas, mas da Ciência, então
> podemos dizer que ela é agnóstica. Ou seja, se há Deus, se há vida
> depois da morte, "não sabemos". Isto traz um certo cetismo, mas é
> uma posição coerente com o método científico.

Além da questão de ciência X cientista e credos pessoais, com a qual concordo com o Mac, há também uma outra coisa distinta, o *método* científico. E há mais de uma visão dele, e não apenas a que desacredita até uma sempre temporária "confirmação" baseada no que é tangível à percepção atual.

Uma coisa parece certa: O científico de hoje é sempre o que ontem era místico (aos olhos dos radicais da matéria) ou herético (aos olhos dos radicais do espírito). Embora nem todo misticismo e heresia de ontem tornem-se a ciência de hoje.

Isso me leva a ser um pouco cético para com o ceticismo. Ciência é mais a busca do futuro do que o compêndio do passado. Ciência implica admitir que não sabemos tudo, e que há o que se pesquisar.

A partir da observação estatística da realidade psíquica e de suas sincronicidades, Carl Jung propôs à comunidade científica a criação de um novo método para-consistente, para investigar a ocorrência de fenômenos "acausais". Ou seja, chamar de científico apenas o que pode ser reproduzido por de variáveis "causais" conhecidas fez de nós peixes que negam a existência de tudo que não tenha começo e fim nos limites nadáveis de nosso oceano. Mesmo que estejam sendo relatados e ocorrendo à nossa volta, como, por exemplo, os anzóis.

Não estou dizendo para retomarmos a crendice desarrazoada de tempos medievais, tentando distorcer os fatos e a lógica para que se adequem aos nossos credos iniciais; mas sim dispensarmos ao "duvidar" (inclusive o científico) pelo menos a mesma cautela com o qual tratamos o "crer".

É fato que há muitos "crédulos" nas saídas do corpo, e que "torcem" por elas para que seu paradigma espiritualista seja aceito. Entretanto, há também muitos que simplesmente as tem, sejam elas o que forem. Eu, muitos de vocês, ateus, hindus, cientistas, filósofos ou cristãos. Alguma coisa, "é", e como tal poderia ser melhor investigada. Não aceita previamente, mas tampouco negada.

Prefiro pensar que "se nada existisse, nada existiria". Em havendo, há o que se questionar e investigar. Temos por hábito confirmamos como "real" o que nos é próximo, ainda que haja dúvidas embasadas quanto a isso; e desprezamos como inexistente o que nos é distante (ainda que as galáxias e partículas existam independente de nossa avaliação). Por exclusão, só podemos perder tempo chamando de "crença" aquilo que nem tocamos nem ignoramos, ou seja, aquilo que JÁ está latente, fato empírico nas fronteiras do tangível, aguardando de nós uma melhor investigação e classificação.

Mas o que vejo são adeptos do paradigma cognitivo-comportamental tentando usar neurociências para desconstruir tudo apenas pela localização da área do cérebro envolvida em cada experiência - como se descobrir em que endereço físico de memória está esta minha frase provassem a inexistência de mim, da internet e do Yahoo. Isso não é ciência do Todo, limitando-se apenas ao que Wilber chama de "O Olho do Fìsico". É uma visão, materialista, mas quem parte do empirismo pode chegar a outra conclusão.

Por fim, não concordo que estes fenômenos relatados sejam "sobrenaturais", uma vez que tudo é natural, como sempre foi no universo, embora algumas coisas sejam de uma natureza tal que ainda não nos seja plenamente conhecida.

Tampouco as chamo de experiências "espirituais", uma vez que este conceito não se refere a algo se dar ou não na matéria tangível, e sim a um estado de consciência e compreensão da realidade que se vive em qualquer lugar.

Sequer podemos dizer que sejam para-normais, uma vez que - seja lá o que forem - há relatos de sua ocorrência dentro da normalidade estatística de todos os povos, credos, épocas e classes sociais.

Não podemos nem dizer que são "criados pela fé", como se esta fosse uma instância inverídica isolada do homem e seu conhecimento, uma vez que se em todos os tempos e culturas o homem sempre criou alguma de tentativa de explicação de contato com o transcendente, mesmo em tribos de ilhas isoladas, precisamos entender que, gostem disso ou não os céticos, o caráter transcendente e a tentativa intuida de contato com um "mundo das idéias" ou realidade maior coletiva é uma *característica inata* da espécie humana (!), tão vital como o que faz outros animais nascerem com determinado aprendizado ou senso de direção.

Logo, o argumento puramente cético ou descrente que se tenta dizer científico fundamenta-se, no máximo, na possibilidade do relatante estar faltando com a verdade, para sustentar seus credos de antemão. Pelo bom senso, é pouco provável, uma vez que tratam-se de incontáveis relatos de várias épocas, com alto grau de coincidência, diferentes graus de respeitabilidade, classe social e cultural, inclusive havendo os dissociados de religião, ou dos que só passaram a ter alguma "crença" a partir desta observação.

Logo, um fato a ser investigado, há. E em assim sendo, ter para com isso uma postura de abertura discernida para com o novo é científico, ainda que venha previsivelmente do campo dos ditos "homens da fé"; enquanto que, paradoxalmente, ancorar-se nos textos já estabelecidos para evitar a mudança do pensamento vigente, como se fossem o testamento de uma verdade final, é postura dogmática, ainda que venha do conservadorismo acadêmico de alguns.

Em um mundo onde a antítese científico materialista tenha assumido a responsabilidade de nos explicar o universo, em substituição aos que antes faziam o mesmo em nome de "Deus"; mantendo-se o método temos os mesmos papéis, ainda que invertidos, e céticos científico sacerdotais não raro excomungam do terreno da verdade os hereges que relatam ter observado que talvez giremos em volta de Deus e não o contrário, ainda que nem sempre isso seja visível a "espírito nu".

Triângulo das bermudas - Anomalias magnéticas e a neblina

Triângulo das bermudas - Anomalias magnéticas e a neblina

Imagem: Bruce Gernon, Don Pelz e outros pilotos já disseram ter saído de um estranho túnel formado por nuvens quando voavam sobre o Triângulo das Bermudas

"The Fog: A Never Before Published Theory of the Bermuda Triangle Phenomenon" (A Neblina: uma teoria jamais publicada sobre o fenômeno do Triângulo das Bermudas), de autoria de Rob MacGregor e Bruce Gernon, traz relatos de uma "neblina eletrônica" que ambos viram ao voar sobre o Triângulo. A história é a seguinte: em 4 de dezembro de 1970, Gernon e seu pai voavam para Bimini em um céu claro quando viram uma nuvem estranha com extremidades quase que perfeitamente arredondadas pairando sobre a costa da Flórida. E conforme voaram sobre ela, a nuvem começou a se espalhar, igualando ou até ultrapassando a velocidade deles. A 3.505 metros de altura, acharam que haviam escapado da "nuvem", mas acabaram descobrindo que ela havia formado um túnel, e a única possibilidade de fuga parecia ser passar por esse túnel. E quando estavam lá dentro, viram linhas nas paredes que giravam no sentido anti-horário, os instrumentos de navegação ficaram descontrolados e a bússola também passou a girar no sentido anti-horário.

Gernon disse que havia "percebido a ocorrência de algo muito estranho. Em vez do céu azul e limpo que esperávamos no final do túnel, tudo parecia branco-acinzentado. Além disso, a visibilidade parecia ser de 3 quilômetros, mas não havia absolutamente nada para ver. " Não havia oceano, horizonte ou mesmo céu, somente um nevoeiro cinza", disse ele.

Quando Gernon entrou em contato com o controle de tráfego aéreo de Miami para obter uma identificação de radar, o controlador disse não haver aviões aparecendo no radar entre as regiões de Miami, Bimini e Andros. Após vários minutos, Gernon ouviu o controlador dizer que um avião havia acabado de aparecer diretamente sobre Miami. Gernon não achou que poderia estar sobre Miami Beach, já que o tempo normal de viagem é de 75 minutos para chegar até lá e só tinham passado 47 minutos desde o início do incidente. Mas nesse mesmo momento, o túnel começou a se desfazer no que ele descreveu como tiras de neblina. E mais, os instrumentos começaram a operar normalmente e viram Miami Beach logo abaixo deles. E foi essa passagem de tempo, confirmada por seus relógios e pelo relógio do avião, que levou Gernon a acreditar que a neblina eletrônica possuía características relativas a viagens no tempo.

O interessante é que Gernon passou por essa experiência mais uma vez enquanto voava com sua mulher e, muitos outros pilotos também tiveram experiências semelhantes ao sobrevoar a área. Gernon diz acreditar que as potentes tempestades eletromagnéticas que ocorrem no interior da Terra passam através da superfície e atingem a atmosfera, onde logo desaparecem, deixando essa neblina eletrica. E ainda de acordo com Gernon, um cientista suíço descobriu que o magnetismo é mais fraco no triângulo do que em qualquer outro lugar da Terra, uma possível explicação para essa neblina ocorrer mais lá do que em qualquer outro lugar.

Para saber mais sobre essa teoria, ouça (em inglês) essa Paranormal Podcast interview (Podcast de entrevista paranormal) feito com Bruce Gernon. Quando Don Pels, de Indiana, ouviu a experiência de Gernon, ele entrou em contato para contar sua própria experiência. Ele não só havia visto as mesmas nuvens com forma de rosquinhas há 10 anos como também conseguiu obter imagens de radar daquilo que Gernon chamou de "tempestade do tempo". Se quiser vê-las, acesse a página de Pelz na internet (em inglês).

Os Incidentes OVNI da Apollo 11

Os Incidentes OVNI da Apollo 11
O memorável vôo da Apolo XI para a Lua aconteceu há mais de uma década -- tempo o bastante para isto ter sido entronado em nossas mitologias e livros de história. Ele marcou primeiro pouso do homem em outro mundo no espaço. Simbolizou as capacidades da tecnologia e administração americanas do século 20.

Para o mundo de investigadores, entusiastas e oponentes OVNI, o vôo da Apolo XI também foi importante. Tornou-se o centro de um corpo vasto de relatos de encontros alienígenas nesta épica viagem espacial. Ao longo dos anos, literalmente dúzias de histórias foram escritas sobre supostos avistamentos e fotografias de OVNIs feitas durante aquela particular missão em julho de 1969.

A mais prestigiosa das histórias é a nota em Edge of Reality na qual o Dr. J. Allen Hynek, o 'decano da UFOlogia', passa o relato de que "Esta foi a missão na qual segundo relatos um OVNI perseguiu a espaçonave". Um colega disse a Hynek que "durante a Apolo 11, Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins disseram que observaram um OVNI". Hynek concordou, e elaborou: "Alguns dos quadros dos filmes da NASA que examinei eram muito interessantes -- particularmente aqueles tomados no vôo da Apolo 11, um dos poucos para os quais a NASA não propôs algum tipo de explicação".

Em Science Digest, o respeitado periódico científico mensal, o astrônomo-autor James Mullaney (ex-editor colaborador para a revista de Astronomy) escreveu em julho de 1977 que "a tripulação de Apolo 11, durante o primeiro pouso lunar, relatou que a cápsula foi acompanhada pelo que parecia ser uma massa de energia inteligente.... a NASA recentemente liberou várias fotos verdadeiramente não-identificadas impressionantes pela Gemini, Apollo e Skylab".

A imprensa OVNI reportou amplamente tais histórias, tanto em livros como em filmes e revistas.

UFOs Past, Present and Future (escrito por Robert Emenegger, pesquisado por Alan Frank Sandler) relatou "talvez o mais espetacular de todos os avistamentos" que ocorreu na Apolo 11. No caminho para a Lua, os astronautas assistiram a um objeto que parecia mudar de forma quando eles trocavam as magnificações de seu telescópio. "Era realmente estranho", Collins é citado dizendo.

A revista Fate, na coluna do editor Curtis Fuller "I See By The papers" ["Eu vejo pelos documentos"] (novembro 1970), examinou as histórias e concluiu: "Parece haver evidência muito boa de que Buzz Aldrin, Neil Armstrong e Michael Collins viram algo que não foi tornado amplamente conhecido -- algo relatado de forma variada, indo de luzes misteriosas a formações de espaçonaves!"

A autenticidade dos avistamentos da Apolo 11 foi atestada por testemunho atribuído ao âncora da rede de noticias CBS, Walter Cronkite. Em uma entrevista para o National Enquirer, conduzida pelo repórter Robin Leach, Cronkite dá este relato: "Na rota para o primeiro pouso na Lua do mundo, Armstrong e a tripulação transmitiram uma informação fantástica, e eu estava lá para ouvi-la".

Cronkite continuou: "Armstrong afirmou ter visto um enorme objeto cilíndrico que estava girando ou caindo entre a nave e a lua. Está registrado oficialmente nos arquivos de registro da NASA que Armstrong indicou que foi tirar fotografias, mas o objeto desapareceu tão depressa quanto ele o tinha visto primeiro. Neil Armstrong não é um homem dado a imaginação fantástica e não foi apenas um da tripulação que viu isto -- todos eles viram, e você tem que respeitar esses homens".

Isso também era bom o bastante para o Acredite Se Quiser de Ripley. Em fins de 1978 eles publicaram uma série de quadrinhos distribuídos para jornais lidando com OVNIs; um painel continha o desenho de astronautas e a legenda, "O astronauta Neil Armstrong . . . viu OVNIs durante a missão espacial. Mas a NASA -- de acordo com o repórter Walter Cronkite -- está mantendo a evidência em sigilo".

Mas o sigilo vazou um pouco, de acordo com a McGraw-Hill Publishing Company. Em 1979 eles publicaram um livro de David C. Knight, intitulado UFOs:A pictorial History. Uma fotografia espacial ocupando toda a página 171 possui esta legenda: "Talvez o mais espetacular de todos os avistamentos de OVNI no espaço tenha ocorrido no dia 19 de julho de 1969 no vôo da Apolo-XI .... A tripulação viu um objeto estranho entre sua nave e a lua.... O objeto ainda permanece não identificado". (Os puristas poderiam ter notado que o objeto mostrado na página estava entre a nave e a Terra, mas quem quer ser detalhista ao lidar com histórias fantásticas assim?).

Uma idéia do que estes segredos poderiam envolver pode ser obtida de um sumário das estórias da Apolo 11 publicado por Mike Harris em um boletim OVNI neo-zelandês em 1974:

Do lançamento da Apolo 11 no dia 16 de julho de 1969 até a espaçonave passar o ponto mediano entre a Terra e a Lua no dia seguinte, os três astronautas observaram um U.F.O. acompanhando-os. Dois dias depois, em 19 de julho a aproximadamente 1800 horas, U.F.O.s fizeram outro aparecimento e foram registrados em filme. Os detalhes deste filme extenso eram: no dia antes da alunissagem Aldrin se transferiu ao módulo lunar "Eagle" e começou as checagens de instrumento finais. Enquanto conferia a máquina fotográfica de close-up, os U.F.O.s entraram no quadro. Ainda sob observação, os objetos foram vistos emitindo o que parecia algum tipo de líquido. Os dois objetos estavam em formação próxima e se juntariam e separariam após algum tempo e foram em seu próprio caminho. Os objetos pareciam ser controlados inteligentemente, os astronautas disseram. O terceiro avistamento durante este vôo épico aconteceu no dia 21 de julho, 00.26 horas. Por volta de uma hora e meia antes, Neil Armstrong e Aldrin tinham pisado na lua. Enquanto eles estavam ocupados coletando pedras, Collins no Módulo de Comando 'Columbia' estava ocupado falando para Houston.

Columbia: Houston chamando. Aqui é Columbia.
Houston: Prossiga, Columbia.
Columbia: Eu não pude encontrar o módulo lunar. Mas eu vi alguns pequenos objetos brancos estranhos. Co-ordenadas são 0.3, 7.6 na extremidade ocidental sul da cratera. Se eles estão lá acho que eles deveriam tê-los visto também.

Parece provável que quem quer que estivesse interessado em nosso esforço, estava certamente mantendo um olho nas coisas. O relato continua:

Estes objetos brancos vistos por Collins fizeram um quarto aparecimento enquanto a "Eagle" estavam subindo da Superfície Lunar para se reunir com a "Columbia", depois de ter deixado a lua às 13.55 do dia 21 de julho. A forma deles neste caso foi claramente exposta em filme. A máquina fotográfica fixa na "Eagle" estava fotografando a superfície da lua se distanciando quando, diagonalmente da parte inferior esquerda à superior direita dos quadros, um U.F.O. branco, brilhante passou diretamente debaixo do Módulo Lunar.

Este é certamente um cenário sensacional para o primeiro pouso da humanidade em outro mundo, e é certamente uma versão não descrita pelos livros de história padrão. Relatos corroboradores vêm do livro de Michael Hervey UFOs The American Scene (St. Martin's Press, NY, 1976). Em órbita lunar, Aldrin está ajustando sua câmera, quando de repente:

... sua atenção foi subitamente chamada a um objeto luminoso semelhante a um "boneco de neve" indo de oeste a leste no céu. Ele imediatamente tirou algumas fotos do objeto que na realidade provou ser dois OVNIs, um maior que o outro, e quase se tocando. Quando o filme foi revelado depois ele incluía uma imagem da superfície da lua seguida de um close-up dos dois OVNIs movendo-se horizontalmente a uma velocidade alta. Eles desapareceram, apenas para retornar alguns segundos depois, desceram um pouco, pairaram durante algum tempo, e então se separaram de onde eles eram rodeados "pelo que parecia um halo forte". Eles seguiram esta manobra subindo verticalmente e desaparecendo de visão. No tempo devido apenas um OVNI voltou, e então novamente saiu pela última vez. Os astronautas Armstrong e Aldrin estavam naturalmente excitados e talvez um pouco apreensivos durante esses poucos momentos.

Contudo, a despeito de todo o drama deste evento, nada disto parece ter sido revelado pelos oficiais de relações públicas da NASA em Houston. Claramente, algum tipo de encobrimento estava envolvido. A primeira grande quebra neste aparente encobrimento não ocorreu antes de 1974, quando a Associação de Fraternidade Cósmica (Cosmic Brotherhood Association, CBA), um grupo OVNI japonês, publicou fotografias não disponíveis até então da Apolo 11 com este comentário:

As imagens de OVNIs tomadas pela primeira vez no mundo pela espaçonave Apolo 11 sobre a superfície da lua e agora publicadas pela CBA (Associação de Fraternidade Cósmica) pela primeira vez no mundo, só podem ser consideradas evidência sólida de que OVNIs, até agora questionados por muitos, são de fato naves espaciais vindas do espaço exterior como temos afirmado. Elas são a evidência absoluta buscada pelos UFOlogistas do mundo durante os últimos 27 anos.... São a prova esmagadora de OVNIs, eles vêm do espaço exterior.... Elas são realmente furos de reportagem, e nenhuma delas foi liberada pela NASA até agora.

Estas notícias sensacionais cruzaram o Pacífico e foram notadas pelo perito em OVNIs Bob Barry da "Agência OVNI do Século Vinte", que escreveu uma pesquisa em duas partes sobre experiências OVNI de astronautas para Modern people, um tablóide semanal. O artigo OVNI foi depois combinado com outro material semelhante que foi publicado em forma de revista na UFO Report (publicada em 1975, só uma edição foi publicada). "A NASA Escondendo os OVNIs de Você!" gritava a manchete:

"A caminho da Lua em seu primeiro dia no espaço, a tripulação da Columbia avistou um objeto estranho pairando alto acima da Terra, e conseguiu capturá-lo em filme. O laboratório de interpretação de fotografia da Nasa listou o objeto como não-identificável. Mas este era só o começo. Antes desta missão acabar, a tripulação da Columbia e depois da Eagle veria muito mais ação OVNI -- sobre a própria Lua!"

Barry descreve então o encontro de Aldrin com dois OVNIs zunindo pela sua janela em órbita lunar. Felizmente, diz Barry, Aldrin estava acostumado a ver OVNIs no espaço, assim ele pôde fazer a coisa certa rapidamente:

"Se Aldrin não tivesse sido um pouco condicionado ao aparecimento desta nave incomum, o choque do que ele viu logo poderia tê-lo feito perder uma das seqüências mais surpreendentes de filme tomadas de OVNIs por qualquer astronauta. Já que os objetos continuaram sua descida em uma formação semelhante a um "boneco de neve" deitado de lado, Aldrin observou uma emissão brilhante se estendendo entre as duas naves. A especulação na ocasião era que este "rastro" estava possivelmente conectado aos sistemas motores dos veículos, possivelmente até mesmo uma exaustão.... Durante a época, foram vistos dez outros objetos em forma de ovo voando no primeiro plano de visão da máquina fotográfica.

Naturalmente, a NASA não liberou estas fotografias ao público geral, realizando grandes esforços para editar quaisquer naves misteriosas fora das imagens finais que foram liberadas.... E embora quase toda a tripulação que viajou à lua testemunhasse e fotografasse objetos voadores não identificados, os oficiais da NASA ainda insistem que tais fenômenos não existem."

Entretanto mesmo a evidência fotográfica espetacular de Barry não é o relato mais excitante a vir do vôo da Apolo 11. Isto porque logo após os astronautas voltarem a Terra em meados de 1969, uma "fita" contrabandeada e transcrição do que realmente foi dito na Lua tem circulado clandestinamente em círculos OVNI. A manchete na capa da revista National Bulletin (distribuída no Canadá mas impressa na cidade de Nova Iorque) de 29 de setembro de 1969 alardeia que "Falsas Falhas de Transmissão Escondem Descoberta da Apolo 11 . . . . A Lua é uma Base OVNI!". O autor Sam Pepper deu sua versão da "Transcrição da Fita Ultra Secreta" de "um vazamento perto do topo", como segue:

O que foi, que diabos era? Isso é tudo que eu quero saber....
Esses. . . (ruído). . . bebês eram enormes, senhor, eles eram enormes....
Não, Não, isso é só distorção de campo....
Oh, Deus, você não acreditaria nisto....
O que... o que... que diabos está acontecendo? Qual é o problema com vocês. . . ?
Eles estão aqui, debaixo da superfície....
O que está aí... mau funcionamento. . Controle de missão chamando Apolo 11....
Entendido, nós estamos aqui, todos os três de nós, mas nós encontramos algumas visitas....
Sim, eles estiveram aqui por um bom tempo a julgar pelas instalações....
Controle da missão, repita última mensagem....
Eu estou lhe dizendo, há outra espaçonave lá fora. Eles estão alinhados em fileiras no extremo oposto da extremidade da cratera....
Repita, repita....
Vamos esquadrinhar aquela órbita e ir para casa....
Em 625 para o quinto, auto-relés ajustados... Minhas mãos estão tremendo tanto....
Filme... sim, as malditas câmeras estavam clicando longe daqui de cima...
Vocês conseguiram alguma coisa companheiros?
Não tinha nenhum filme restando na hora. . . (ruído). . . três imagens dos discos, ou o que quer que eles fossem. . . pode ter queimado o filme.
Controle da Missão, aqui é o Controle da Missão... você está a caminho, repito, você está a caminho? Sobre o que é todo este alvoroço sobre OVNIs? Câmbio.
Eles estão fixados lá embaixo... elas estão na lua... nos assistindo....
Os espelhos, os espelhos. . . você os montou, não?
Sim, os espelhos estão todos no lugar. Mas o que quer que construiu essas espaçonaves provavelmente virá e os arrancará pelas raízes amanhã....

Quando este relato foi discutido pelo editor da Fate, Curtis Fuller, em 1970, ele confessou "ceticismo extremo sobre toda a suposta transcrição". Mas o relato foi publicado em outros lugares, (o autor de ficção científica e entusiasta OVNI Otto Binder ajudou a espalhá-lo amplamente), e ele lembra os observadores de sinais de rádio captados na Europa no começo dos anos 60 de cosmonautas russos em lançamentos secretos ao espaço que terminaram condenados em suas mortes não divulgadas. Radioamadores ficaram muito proficientes em revelar 'segredos oficiais' nas últimas décadas.

Nem essas histórias surpreendentes (horripilantes?) terminam aqui. Outro "relato insider" apareceu no boletim mensal do conhecido grupo OVNI, APRO (Organização de Pesquisa de Fenômenos Aéreos). Como informado na edição de fevereiro de 1976, três sombras em forma de disco acompanharam os astronautas enquanto eles circularam a lua, enquanto os censores da NASA cortaram comentários ao vivo adicionais de repórteres. Um informante da APRO conhecido como "Senhor X" estava supostamente presente na "sala de controle interna."

Os astronautas, recordou o não identificado "Senhor X", de repente disseram, "Lá eles estão novamente", referindo-se a objetos vistos nas primeiras três órbitas e a última órbita. Parece ser uma confirmação independente das histórias recontadas anteriormente.

Adicionalmente, uma nova e até então indisponível fotografia da Apolo foi publicada no Science Digest mensal na edição imediatamente posterior à que continha o artigo de Mullaney. Discutindo o Projeto Bluebook, o autor Don Berliner inclui uma fotografia mostrando a Terra se afastando da nave-lua, e um OVNI pincelado no meio. Diz o Science Digest (agosto 1977), "Seta aponta para um objeto não identificado."

Como poderia ser esperado, oficialmente a NASA nega tudo. Nenhum OVNI ou outros fenômenos inexplicados extraordinários foram admitidos.

Quando a "Transcrição Pepper" tornou-se pública, entusiastas OVNIs escreveram aos seus congressistas exigindo que a NASA oficialmente confessasse o encobrimento. A NASA respondeu que "os incidentes. . . não aconteceram. Conversações entre a tripulação da Apollo 11 e o Controle da Missão foram liberadas ao vivo durante toda a missão Apolo 11. Havia entre 1000 e 1500 representantes das mídias de notícias e TV presentes no Centro de Notícias de Houston escutando e observando, e nenhum deles sugeriu que a NASA reteve qualquer notícia ou conversação desta natureza". (Carta do Administrador Assistente para Assuntos Legislativos para vários congressistas, janeiro de 1970).

Em 1976, o Chefe do Departamento de Astronautas Deke Slayton afirmou que "eu não me recordo de nenhum de nossos astronautas relatar OVNIs."

A NASA alega que todas as fotografias, todas as transcrições de voz, todos os relatos da missão estão em domínio público e disponíveis às mídias de notícias. Estes dados são muito volumosos para serem publicados abertamente, mas estão disponíveis a investigadores com as credenciais apropriadas em Houston, Flagstaff e Washington. E de fato, nunca nenhum investigador (OVNI ou de outra natureza) entrou com uma reclamação de que dados foram retidos dele quando tentou acessá-los. (Embora Barry e Sandler tenham feito alegações vagas).

A documentação fotográfica, incluindo inventórios de rolos de filmes, notas de exposição e documentos de controle, foi examinada por investigadores. Todo o filme é descrito. Evidentemente, a NASA está bastante correta ao dizer que tudo está disponível....

... Mas para quem? Quase 1500 fotografias e dúzias de rolos de filme foram expostos na Apolo 11. Transcrições chegam aos milhares de páginas. Quem se deu o trabalho de checar todo esse material?

Eu fiz esse trabalho, por exemplo. Outros escritores também. O Dr. J. Allen Hynek também, visitou o centro espacial de Houston em julho de 1976 e lhe foi mostrado o material em questão. A história original da NASA, surpreendentemente, foi confirmada: Todo o material está disponível. Ele disse isso em uma entrevista para a Playboy em janeiro de 1978, mas seu livro ainda contém a falsa lista e não há nenhuma indicação de que tenha sido removida de edições posteriores. A opinião de Hynek: estas histórias OVNI são falsas.

O ceticismo de Fuller sobre a "Transcrição Pepper" parece ter sido justificado. Apenas de evidência interna, aparenta cada vez mais ser uma fraude mal-feita. Isto pode ser deduzido do próprio vocabulário:

"Controle da missão"... isto nunca foi uma frase usada por astronautas, que ao invés sempre se referiam a "Houston".

Baboseira com ar de termos técnicos como "distorção de campo", "órbita esquadrinhada", "625 para o quinto", "auto-relés", etc. nunca foi encontrada em transcrições reais.

"Repita, repita" nunca é usado no rádio; ao invés, os astronautas e o Controle da Missão usam a frase "Diga Novamente".

"Três de nós"... de fato, só dois homens estavam na superfície lunar.

Além disso, entrevistas com o punhado de ouvintes radioamadores que se sabe que sintonizaram os sinais da lua na banda S (2270 megahertz) produziram testemunho de que ouviram as mesmas conversações que foram liberadas pela NASA. Já que escutar a Lua requeria o uso de antenas parabólicas de rádio de dez pés de diâmetro, poucas pessoas podiam realmente fazer isto, e elas conheciam umas às outras, tendo feito escutas semelhantes do espaço por anos.

(O consenso entre tais "hams" americanos experientes é de que as velhas histórias de "transmissões de rádio de astronautas Russos secretos" ou eram enganos bobos, fraudes deliberadas ou golpes de publicidade brincalhona por rádio amadores italianos e alemães).

A conclusão inevitável é que ou Pepper fabricou a falsa "transcrição" ele mesmo ou teve um julgamento muito pobre ao permitir ser vitimado pela fraude de outra pessoa. Como é freqüentemente o caso com relatos de OVNIs, é muito difícil provar definitivamente que algo não aconteceu. Mas neste caso, felizmente, a fraude era tão mal feita que colapsa sob seu próprio peso.

Mais enigmático é o relato de Collins sobre os "objetos brancos estranhos" que as fontes japonesas disseram que foram avistadas perto do Módulo Lunar. Estes poderiam ter sido o mesmo OVNI relatado na transcrição Pepper.

Mas eles não eram, porque aqui está o que Collins realmente disse para Houston naquela órbita: "Eu vi um objeto branco suspeitamente pequeno cujas coordenadas são Leste 0.3, 7.6, bem no fim sudoeste de uma cratera, mas penso que eles saberiam disto se estivessem em tal local. Parece que o módulo lunar estaria razoavelmente para cima. Está na parede sudoeste de uma cratera pequena". (Fita 71/16 página 396).

Assim, Collins está tentando avistar o ML a cem milhas de altura, mas ele não consegue; ao invés ele vê um objeto branco (uma pedra?) na extremidade de uma cratera. Ele duvida que seja o ML, porque se fosse o ML estaria altamente inclinado e os astronautas teriam notado a inclinação -- o que não fizeram. Collins não avistou uma frota de OVNIs, apesar do que a livre reformulação deste relato poderia levar alguém a suspeitar. Compare as palavras à reformulação OVNI -- é apenas incompetência, ou distorção deliberada?

Estes são detalhes. E quanto ao avistamento chave, o "boneco de neve", e o filme de filme de Aldrin? O que poderia possivelmente explicar isso?

Tudo que é preciso para explicar é assistir o filme. As cenas em questão vêm do "Rolo F" ('Foxtrot'), nos primeiros vinte e cinco pés aproximadamente, que pode (como todos outros filmes do vôo da Apolo 11) ser comprado da Companhia Audiovisual Nacional, 1411 South Fern Street, Arlington, Virginia 22202.

O filme real mostra uma janela cheia de reflexos e clarões fortes dançando e remexendo. Vendo o filme em movimento, não pode haver nenhuma dúvida a respeito das luzes serem objetos sólidos fora da astronave. Não há nenhum modo que eu possa imaginar pelo qual que um espectador poderia honestamente acreditar que OVNIs estão sendo mostrados. As "emissões" são apenas mais reflexos difusos.

O exame de alguns quadros daquele rolo de filme mostra o que aconteceu à aparência original dos "OVNIs". O grupo OVNI japonês retocou as fotografias, aumentando o contraste das luzes, e cortando fora as reflexões estranhas. Além disso, os filmes foram adulterados para remover reflexão adicional que poderia permanecer, além dos dois globos de luz. Eles se tornaram os supostos OVNIs que, desnecessário dizer, a tripulação não viu. (O filme, a propósito, foi tomado em órbita no dia antes da alunissagem -- e não da superfície).

Em outras palavras, estas fotografias de OVNI são uma fraude, pura e simples. Elas fazem parte de uma fraude espacial indo a extremos e saindo de controle. Nunca houve quaisquer OVNIs "boneco de neve" como alegado.

Mas o especialista OVNI Michael Hervey tinha escrito que os astronautas tinham de fato usado as palavras "boneco de neve" e "halo", e que eles estavam naturalmente excitados e talvez um pouco apreensivos. O especialista OVNI Matsumura no Japão deu numerosos detalhes dos movimentos reais de Aldrin durante o encontro. O especialista OVNI Bob Barry escreveu que Aldrin observou os OVNIs diretamente, e que os astronautas especularam sobre a emissão misteriosa.

Nenhuma destas coisas parece ter acontecido. Os escritores estavam dramatizando o evento baseados nas fotografias forjadas. Os críticos menos simpáticos a eles poderiam sugerir que os autores estavam ficcionalizando o evento, ou sendo ainda menos caridosos, que estavam mentindo.

"Isso é um monte de mentiras", Barry replicou quando ouviu estas acusações em 1978. "Eles podem negar tudo que quiserem, nós temos a prova".

Mas é preciso mais que a bravata de Barry para descartar a prova real do "Rolo Foxtrot" da Apolo 11. Os filmes não mentem; eles mostram as luzes dançando, as reflexões, o clarão. Eles não mostram nenhum OVNI.

Nem a Science Digest vai conseguir que esqueçam rapidamente sua dupla escorregada OVNI. Primeiro, a afirmação de Mullaney sobre a tripulação da Apollo 11 relatando uma massa de energia inteligente é claramente uma elaboração adicional da falsificação original Matsumura-CBA, sem qualquer esforço de confirmar a história com a NASA. Segundo, a fotografia publicada em Science Digest no mês seguinte também foi retocada: o editor Dan Button admitiu que certos pedaços estranhos de escombro espacial foram apagados para evitar distrair a atenção do verdadeiro OVNI, mas todas as versões anteriormente publicadas e liberadas daquela mesma fotografia mostram um espaço absolutamente vazio onde a Science Digest aponta para um "objeto não identificado". Ou alguém adquiriu uma cópia ruim com uma mancha extra no negativo, ou alguém na Hearst Corporation mensal adicionou o "OVNI" na fotografia para efeito dramático. Button acusa a NASA de outro encobrimento; observadores informados podem julgar agora qual desonestidade Button está tentando encobrir.

De fato, uma fotografia da Apolo realmente mostra um verdadeiro objeto não identificado (mas dificilmente não identificável). Pouco depois de liberar o Módulo Lunar do foguete, próxima da Terra, uma inundação de partículas girando passou pelas janelas da Apolo. Um dos astronautas estava tirando uma série de fotos turísticas da Terra retrocedendo, e em uma das fotografias estava uma minúscula mancha de forma estranha.

Não há nenhuma indicação de que quaisquer dos astronautas viu isto. Considerando que está fora de foco em uma máquina fotográfica com uma profundidade de campo extremamente grande, os peritos fotográficos concluíram que estava provavelmente a apenas alguns pés da janela, e tinha uma polegada ou duas. Como em outros vôos, pedaços de isolamento e gelo cercaram a Apolo nesta fase do vôo. Certamente pode ser "não identificado", mas não pode por qualquer jogo semântico de palavras ser chamado um OVNI autêntico -- exceto, por exemplo, em UFOs a Pictorial History da McGraw-Hill!

A tripulação realmente relatou à Terra outro objeto minúsculo que eles assistiram pelo seu monóculo. A alguns dos astronautas, parecia cilíndrico, semelhante ao seu estágio de foguete gasto que se sabe que estava acompanhando-os em uma órbita paralela. Armstrong disse, "estava bem no limite de resolução do olho; era muito difícil dizer simplesmente de qual forma era". A suposição razoável da NASA era de que realmente era o estágio de foguete, já que estava se comportando justamente como um estágio de foguete deveria; outros vôos Apolo tinham relatado praticamente a mesma coisa.

Toda a entrevista de Cronkite no National Enquirer era uma fraude, evidentemente criada por um escritor free lance. O jornal recusou assumir a culpa quando Cronkite reclamou -- mas despediu o escritor.

E o que pode ser dito sobre o relato do "Senhor X"? Novamente, da evidência interna dos detalhes que "X" dá em uma tentativa de estabelecer credibilidade com os ouvintes, os peritos espaciais rapidamente notaram que ele nunca poderia ter estado perto do Centro de Controle de Missão real -- o jargão dele é muito misturado. Em outras palavras, eles concluíram que é apenas outra história inventada. Afirmações de que estes sinais de voz foram cortados para os repórteres que estavam presentes também está em contradição completa com os relatos pessoais de repórteres que estavam em Houston: Não havia nenhuma demora de fita significante, e não havia nenhum silêncio indicativo de censura.

Mas as histórias cruzaram o Atlântico em um livro OVNI francês, e então voltaram aos EUA reforçadas e agora autenticadas em Our Ancestors Came From Outer Space de Maurice Chatelain (Doubleday, 1978). De acordo com o autor, que alegou ser um ex-cientista espacial da NASA (na verdade, ele tinha trabalhado para uma empreiteira espacial em Los Angeles durante vários anos): "Os astronautas. . . viram coisas durante as suas missões que não podiam ser discutidas com ninguém fora da NASA. É muito difícil de obter qualquer informação específica da NASA, que ainda exercita um controle muito rígido sobre qualquer revelação destes eventos... Parece que todos os vôos Apollo e Gemini foram seguidos... por veículos espaciais de origem extraterrestre... Toda vez que isso aconteceu, os astronautas informaram o Controle de Missão, que então ordenou silêncio absoluto...."

Chatelain menciona especificamente a Apolo-11, que "fez o primeiro pouso na Lua no Mar da Tranqüilidade e, apenas momentos antes de Armstrong descer da escada de e pisar na Lua, dois OVNIs pairaram em cima. Edwin Aldrin tirou várias fotos deles...."

Ainda mais sensacional foi a alegação para o vôo da Apolo-13: "Havia alguma conversa de que a missão Apolo 13 levava um dispositivo nuclear que poderia ser usado para fazer medidas da infra-estrutura da lua e cuja detonação se mostraria nos gráficos de vários sismógrafos gravadores colocados em locais diferentes. A explosão inexplicada de um tanque de oxigênio no módulo de serviço da Apolo 13 em seu vôo para a lua, de acordo com rumores, foi causada deliberadamente por um OVNI que estava seguindo a cápsula para prevenir a detonação (nuclear).... "

É claro, a causa da explosão foi descoberta depois pela NASA, e não havia nenhum dispositivo nuclear -- rumores de ataques OVNI são absurdos. Mas isso não é razão para algumas pessoas entusiastas de OVNIs não passarem esta história adiante e as elaborarem, como veremos.

Os entusiastas OVNI russos foram os seguintes nesta corrida de revezamento cósmica. A edição de julho de 1978 do The UFO Journal, publicado pela Mutual UFO Network, apontou uma palestra feita na Rússia no dia 24 de novembro de 1977, por Vladimir G. Azhazha. Falando para um grupo de funcionários de notícias NOVOSTI na Academia de Ciências em Moscou, Azhazha relatou que: "Os astronautas americanos que visitaram a Lua viram um cilindro gigantesco de 1500 metros de comprimento por lá. Aldrin capturou-o em filme. O veículo realizou suas próprias interações com a Apolo; coordenou seu movimento com ela....

Os... relatos dos astronautas americanos que visitaram a lua são excepcionalmente interessantes. O código que eles concordaram em usar para designar os OVNIs era 'São Nicolau', mas, eles estavam tão pasmos com o que viram quando chegaram da Apolo na lua que transmitiram para a Terra sem o código: 'Diretamente em frente a nós, no outro lado da cratera, há outras espaçonaves que nos observam.' E Aldrin tomou seu filme que mostra os OVNIs na lua...."

Azhazha revela que sua fonte destes dados é o livro de Chatelain, continuando que "A lua é evidentemente uma base de envio para os OVNIs e todas missões Apollo que voaram à lua estiveram sob 'observação' dos OVNIs. Não foi por acidente que os astronautas americanos não tiveram êxito em sua tentativa de explodir um dispositivo nuclear para propósitos científicos na Lua. Ao invés, o cilindro de oxigênio na Apollo explodiu. Eles também não puderam explodir o estágio superior do propulsor e assim ele continua voando ao redor da lua....". Presumivelmente com uma escolta OVNI.

O editor do boletim MUFON notou em seu prefácio a este artigo que "... uma fonte de notícias de Washington DC ... me informou que as declarações atribuídas ao astronauta Buzz Aldrin sobre os OVNIs na Lua foram confirmadas pelo repórter espacial da sua agência, que cobriu a história da Apollo na ocasião. Aldrin disse que eram uma piada. É possível que a história tenha se filtrado para a União Soviética em forma adulterada, como é evidente em alguns outros casos. . . Outras porções deste relato ainda podem ser significantes... "

Em outras palavra, a MUFON considerou suficiente pedir para um amigo perguntar a um amigo para varrer recordações de dez anos atrás -- e chamou isto de 'pesquisa'. Andrus continuou: "O documento russo previamente inédito... fala de eventos sensacionais e conhecimento de governo de alto-nível que foram retidos do público. Os supostos eventos precisam ser autenticados, já que, se verdadeiros, são de importância profunda. Filmes de astronautas de OVNIs na Lua?... Há uma necessidade clara para descobrir quanto de todo esse 'sensacionalismo' é realmente verdade, e expor como falso tudo aquilo é falso". Estas palavras valentes, de um homem considerado como um dos peritos OVNI mais racionais e confiáveis, não coincidem com as ações de Andrus ou, aparentemente, suas intenções em publicar qualquer esclarecimento [a respeito da fraude]. As histórias de OVNI de astronautas são muito "úteis" para arriscar um exame muito minucioso.

Tão difundido é o entusiasmo russo por OVNIs que negativas oficiais do governo se tornaram necessárias. Na edição de novembro de 1978 de Cultura e Vida (publicado em Moscou) pede-se que o astrônomo soviético Vladimir Krat refute histórias tais como:

Entrevistador: Eles dizem que os astronautas americanos que pousaram na Lua tinham que fazer uma explosão pequena para causar um terremoto artificial, mas que eles não conseguiram fazer isto. Uma misteriosa explosão a bordo da nave destruiu um cilindro de oxigênio. Poderia ter sido causada por um disco voador observando a nave, para impedir uma experiência que poderia ter destruído as bases construídas por civilizações extraterrestres na Lua. "O que é isto? O que é isso, droga? Eu gostaria de saber a verdade, qual é? Há outras espaçonaves aqui!" Armstrong supostamente teria gritado ao ver vários OVNIs no outro lado de uma cratera. Mas Aldrin viu imediatamente qual era a situação e começou a se comunicar com a Terra em um código secreto. Depois, toda a informação sobre o incidente foi colocada em segredo pelos americanos. Há histórias sobre outros casos de cosmonautas vendo OVNIs. É colocada ênfase especial no fato que as primeiras quatro ou cinco horas da permanência das tripulações na Lua permanecem um mistério -- o que os astronautas fizeram durante esse tempo não foi tornado público.

Krat: Os vôos dos astronautas para a Lua foram acompanhados por toda a humanidade, seu trabalho na superfície da Lua é conhecido em cada minuto. Eu não vejo nenhuma lógica na conversa sobre qualquer informação se tornando imediatamente "secreta". Por que os americanos deveriam ter feito segredo de seu encontro com algumas criaturas de outros planetas, se algum encontro assim realmente aconteceu? Teriam tido medo de causar pânico na Terra? Mas não havia nenhum fundamento especial para pânico".

Claramente, Krat desconhece a extensão das distorções em tais histórias e só pode propor questionamentos insípidos que não convenceriam ninguém.

O que Krat deveria ter feito era examinar o boato mais de perto. A "explosão misteriosa" era a explosão na Apolo 13, que foi atribuída a uma ação OVNI hostil. Os "terremotos artificiais" na Lua em vôos posteriores funcionaram muito bem, embora Chatelain e Azhazha aleguem que explosivos nucleares teriam sido usados! O "código secreto" é idéia de Chatelain: ele afirma que os astronautas usaram a frase "Papai Noel" para se referir a OVNIs. Quanto às "quatro ou cinco horas" faltando, eu não encontrei nada; assim eu suspeito que o russo simplesmente inventou isto.

Como esperado, as falsas histórias OVNI da Apollo 11 continuam sendo recirculadas e elaboradas. Em junho de 1979 um livro da Dell intitulado Secrets of Our Spaceship Moon pelo professor de Detroit Don Wilson apareceu nas bancas de jornal. Sua capa alardeava: "O ENCOBRIMENTO DA NASA -- Aqui estão os fatos que eles não puderam esconder! O que os homens realmente viram na lua?". A orelha da capa proclama, "aqui enfim está a história completa e não censurada de fatos claros e indisputáveis oferecidos pelos próprios astrônomos e astronautas, apesar das negativas oficiais repetidas de oficiais da NASA.... "

Os avistamentos da Apolo 11 fornecem apenas uma porção dos argumentos no livro, mas eles são citados. O OVNI boneco de neve de Bob Barry é caracterizado, com a alegação de Wilson de que "Buzz Aldrin teve sucesso com sua máquina fotográfica, tomando imagens inestimáveis (mas agora secretas) dos dois objetos misteriosos." A alegação de que o filme mostra OVNIs é, como vimos, tola; a afirmação de que o filme é agora secreto é uma mentira ultrajante.

Todo outro reputado encontro OVNI da Apollo 11 é reproduzido fielmente e sem questionamento por Wilson, embora ele de fato aponte em alguns casos que são 'não autenticados'. Igualmente não autenticada é a alegação do entusiasta OVNI James Harder de que encontrou fitas de voz de encontros OVNI na Apollo 11, as quais a NASA admitiu reservadamente a ele que tinham sido suprimidas "por medo de pânico do público".

"A evidência que nós citamos neste livro", Wilson conclui depois, "prova que nós temos hoje em nossas mãos outro Watergate -- um Watergate cósmico... Nós mostramos inegavelmente provas de que a NASA está escondendo o fato de que OVNIs foram vistos por astronautas... Um estudo dos registros e uma olhada nas fotografias convencerá até mesmo o cético mais obstinado de que isto é exatamente o que aconteceu quando o homem foi para a Lua". Tal desafio não está relacionado à evidência real -- na realidade, o padrão que nós vimos mostra que quanto menos confiável é a evidência, mais coloridas são as afirmações e ameaças. Wilson desafia -- mas só tem falsa evidência. A editora Dell, de acordo com o editor James Frenkel, não viu nenhuma razão para checar estes relatos incríveis, decidiu simplesmente confiar em Wilson.

O OVNI-Aldrin-boneco-de-neve recebeu novo ânimo em 1980 quando outro perito OVNI proclamou que o objeto não era uma nave espacial, mas sim uma criatura espacial!

Escrevendo em Frontiers of Science (antes Second Look, a revista que absorveu o International UFO Reporter de Hynek e por motivos de impostos é publicada sob a égide do Center for UFO Studies), o especialista no paranormal John White (autor de Pole Shift! e numerosos outros livros), alega que as imagens espaciais são idênticas a outras tomadas na Terra por Trevor James Constable, um discípulo do defensor da energia orgônio, Wilhelm Reich. Constable defendeu sua teoria de que os OVNIs são bizarras criaturas vivas (e não necessariamente inteligentes) que habitam a atmosfera superior e -- evidentemente -- também o espaço exterior (em livros tais como The Cosmic Pulse of Life, Steinerbooks, 1976). Normalmente as "criaturas" são invisíveis e só podem ser capturadas em filme infravermelho.

"Mesmo os astronautas que tiraram fotos de OVNIs no espaço não reconheceram as criaturas vivas pelo que eram", escreveu White. A fotografia do boneco de neve é "altamente disputada -- a esfera luminosa é uma criatura espacial?". Reconhecendo minha avaliação publicada da fonte das imagens, White discorda, mas admite que "ainda não está em posição para contestar o argumento [(de Oberg)]". Ele também exibiu no artigo uma cópia da mancha em curso: "((Ela)) parece mostrar uma grande criatura assomando sobre a Terra."

White não tem nenhum amor perdido pela NASA. Anteriormente, em um editorial a convite para o tablóide UFO Review de Timothy Green Beckley, White acusou a NASA de um encobrimento sórdido: "A prova já existe, boa parte conhecida há muito pela NASA". White então se refere a uma lista de avistamentos por astronautas em Edge of Reality (uma lista repudiada há tempos por seus autores, como vimos), e ao tablóide Modern People (edição de janeiro de 1978), "por fotografias vazadas da NASA de OVNIs que incluem animais plasmáticos [(itálico adicionado)]". Porta-vozes da NASA, de acordo com White, são "ou infelizmente ignorantes dos fatos. . . ou então procuram deliberadamente enganar o público. O público tem mais bom senso neste assunto que a maioria dos burocratas da NASA".

Constable, enquanto isso, ficou deleitado em endossar a interpretação de White das fotografias da Apolo 11. Em uma edição de 1981 do irregular Metascience Quarterly, ele exultou: "Quão estranho parece que a NASA tenha gravado imagens como as minhas. . . e suprima as fotografias. . . . Graças ao trabalho de John, nós temos agora uma 'Coleção de Criaturas da NASA', mas eles estão descartando isto fazendo o tagarela Oberg identificar estas fotografias como fraudes. Pura patologia social!" Aha, patologia social de fato!

(Tal reação ad hominem por parte de excêntricos é dificilmente incomum. Em 1979 Gray Barker, há muito tempo uma personalidade OVNI limítrofe e satírica, referiu-se a mim em uma discussão elogiando a pesquisa de Timothy Green Beckley: "Quando estas revelações por Beckley e outros começaram a gerar cartas ao Congresso, o oficial da NASA cap. James Oberg conduziu uma cruzada de um só homem para silenciar estes rumores. Muitas pessoas em pesquisa civil de OVNIs acreditam que o cap. Oberg foi especialmente designado para esta missão para descartar estes vazamentos de notícias de avistamentos de astronautas". E um alto oficial MUFON (Mutual UFO Network, uma organização privada de pesquisa de OVNIs) espalhou a história no meio dos anos 70 de que eu era o 'ghost-writer' de Philip Klass em seus livros anti-OVNI! É isso mesmo, quando você não gostar do testemunho, ataque a testemunha -- o velho truque de um advogado desonesto.)

Muito apropriadamente, a última palavra (até a data!) nestes absurdos sobre a Apolo 11 está com o velho e familiar National Enquirer, o tablóide de supermercado semanal conhecido por suas fofocas de Hollywood, predições psíquicas, curas médicas milagrosas e histórias de discos voadores. "Aliens na Lua Quando Nós Pousamos" era a manchete gritando na edição de 11 de setembro de 1979 (a mesma história apareceu no Sunday Mirror de 9 de setembro em Londres e foi endossada subseqüentemente na edição antedatada de Julho-Agosto de 1979 do prestigiado diário britânico, Flying Saucer Review).

"Os astronautas viram OVNIs e até mesmo os fotografaram", escreveram os autores (Eric Faucher, Ellen Goodstein, e Henry Gris), "mas o estupendo encontro imediato foi mantido completamente sob segredo pela NASA até agora. . . (eles evidentemente não tinham lido -- ou não tinham acreditado -- na entrevista de Cronkite de seu próprio jornal!). O encobrimento da NASA era tão grande que as notícias levaram dez anos para chegar ao público americano -- e tiveram que ser reveladas primeiro por cientistas soviéticos, que descobriram sobre isto há dois anos".

E aqui está o engraçado: o National Enquirer, em uma reversão da prática comum, acabou se tornando vítima da fraude de notícias de outros. A fonte era ninguém menos que Vladimir Azhazha, que de alguma maneira negligenciou mencionar a Henry Gris, seu contato, que a história estava completamente baseada não em fontes soviéticas oficiais, mas no estranho livro de Chatelain sobre antigos astronautas! "Eu tenho absoluta certeza de que este episódio aconteceu", Azhazha contou para Gris (que é fluente em russo) durante uma entrevista por telefone. "De acordo com nossa informação. . . sua mensagem (de Armstrong)nunca foi ouvida pelo público -- porque a NASA a censurou."

De acordo com Gris (que foi logo depois excluído da equipe do National Enquirer), Azhazha "recusou identificar a fonte da informação dele -- mas ele e outros peritos espaciais russos dizem que o encontro tem sido de conhecimento comum entre círculos científicos soviéticos".

Para completar o círculo ao engolir a própria história, o National Enquirer citou então . . . Maurice Chatelain, " um ex alto consultor para a NASA", que supostamente confirmou independentemente a versão soviética da história! Também testemunhando estavam os conhecidos UFOlogistas Leonard Stringfield da MUFON ("Se o governo revelasse uma pequena parte do que aconteceu na Lua, seria a história do século" é como ele é citado, mas ele subseqüentemente negou ter declarado qualquer coisa assim); John Schuessler ("Eu trabalho com astronautas na NASA e ouvi a história deles" é como ele é citado, mas desde então ele acusou furiosamente que Ellen Goodstein exclui o "nunca" que ele falou antes de "ouvi"); Timothy Green Beckley (que admitiu reservadamente que os incidentes nunca aconteceram, mas que eram muito bons para publicidade para criticar); Joseph Goodavage (um famoso astrólogo-autor bem conhecido por distorcer e dramatizar fatos não cooperativos, como nós veremos em um capítulo posterior); e o "cientista Fred Bell" (que é aparentemente uma invenção da imaginação do co-autor Eric Faucher). Assim, mesmo que o National Enquirer tenha sido originalmente vítima da enganação de Azhazha, foi a equipe do jornal que adicionou sua própria marca peculiar de jornalismo, e ultimamente foram os leitores do jornal que foram vitimados.

Até mesmo Moscou admite isso! Um longo artigo anti-OVNI ("A Lenda dos Visitantes", Pravda, 2 março 1980, pág. 6), pelo correspondente de ciência Vladimir Gubarev, informou: "As pessoas têm confiança no testemunho de cosmonautas e astronautas", Gubarev escreveu. "Então por que não tomá-los como aliados, decidiram os propagandistas de OVNIs? Assim aqui dez anos depois dos vôos para a lua, os fantasistas, que às vezes se apresentam como cientistas, alegam em suas palestras públicas que os astronautas, visitando a lua, observaram OVNIs muitas vezes, e que Neil Armstrong relatou a Houston: Aqui estão localizados objetos grandes, senhor! Enormes! Oh Deus! Aqui estão localizadas outras espaçonaves! Elas estão de pé ao longo do lado da cratera! Eles estão situados na Lua e estão nos observando!"

Gubarev continuou seu artigo: "É uma tarefa infrutífera procurar por estas palavras nas cópias das transmissões de rádio da tripulação da Apolo 11, elas não estão lá. Sim, e nem uma única pessoa escutando ao sinal de rádio da lua -- e ele foi transmitido ao vivo deu qualquer atenção a informação semelhante -- estranho, será verdade?".

"Em um encontro com Neil Armstrong eu lhe perguntei sobre 'discos voadores'. "Nós não os vimos", respondeu o astronauta; "e com o que nós, os cosmonautas e astronautas, estamos fazendo no espaço, isto é realmente impressionante"."

Gubarev também relatou uma entrevista com Pete Conrad, sobre seus supostos OVNIs na Apolo 12 (não havia nenhum), e depois também reconta um incidente do começo de 1978 quando tripulantes russos da Salyut-6 ficaram pasmados ao ver "OVNIs" perto de sua estação espacial que revelaram ser bolsas de lixo recentemente lançadas. O artigo no Pravda terminou com conclusões muito negativas sobre pessoas crédulas que são enganadas facilmente por besteiras como OVNIs e religião! Enquanto pode ser arriscado acreditar em qualquer coisa que alguém diga no Pravda (que significa 'Verdade' em russo), o aparecimento deste artigo e outros como ele atesta o desgosto oficial pela difundido entusiasmo popular soviético por tais estórias.

Onde quer que haja interesse popular difundido em um tópico, você achará urubus sondando a presa para atacar crédulos ansiosos e sua vontade de gastar dinheiro em livros que ostentam revelações novas, lúridas. Assim não deveria ter sido muita surpresa que Charles Berlitz (o autor de vários livros altamente lucrativos sobre o "Triângulo das Bermudas") tenha decidido "descobrir" os encontros OVNI da Apolo 11 em 1980. Isto foi revelado em seu mais recente livro, O Incidente Roswell (toda a pesquisa de verdade parece ter sido feita pelo seu co-autor William Moore e pelo defensor OVNI e ex-engenheiro nuclear Stanton Friedman), cujo tema principal é que o governo dos EUA capturou um disco voador acidentado na metade de 1947, junto com os corpos mortos dos seres que tinham composto sua tripulação, e desde então tem escondido tudo com sucesso enquanto estuda os materiais.

Berlitz não tem nada de novo a oferecer além de falsificar ainda mais os antigos contos de fadas. Ele baseia sua informação em Maurice Chatelain ("baseado em informação recolhida de 'fontes internas' enquanto trabalhava para a NASA nos anos sessenta") sobre "relatos destes encontros feitos durante vôos no espaço (que) geralmente foram censurados, alterados, desenfatizados ou simplesmente ignorados pela NASA". Aqui está a velha história da Apolo 11, à la Berlitz, 1980:

"Antes do primeiro pouso na lua dois OVNIs e um longo cilindro flutuaram acima. Quando a Apolo 11 pousou dentro de uma cratera da lua duas espaçonaves não identificadas (sic!) apareceram na beirada da cratera e então decolaram novamente. Aldrin as fotografou. As imagens ainda não foram liberadas pela NASA ao público".

As próximas páginas do Sr. Berlitz republicam muito da transcrição Pepper há muito desacreditada, assim como uma série de outras fábulas de astronautas-OVNIs. Moore negou depois qualquer endosso das histórias apenas porque ele as colocou no livro (ele queria "preparar o palco" e manter uma mente aberta), mas Friedman denunciou a história em 1981 e justificou sua cooperação com Berlitz porque precisava do dinheiro e publicidade para continuar sua pesquisa.

Poderia ser interessante aqui saber exatamente o que os oficiais de informações públicas da NASA pensam sobre esta longa série de recontagens da história do OVNI na grande viagem à Lua. Para fazer justamente isto, eu arranjei uma entrevista no começo de 1980 com dois peritos espaciais altamente respeitados no Johnson Space Center em Houston, Terry White e Charles Redmond. Para transmitir todo o sabor da conversação, aqui está como ela ocorreu:

Pergunta: Como vocês ficam sabendo sobre tais histórias OVNI? Os autores e editoras tentam checá-las com vocês?
White: Eu normalmente ouço falar primeiro nelas quando algum repórter me telefona, dizendo que viu outra revelação de algum "encobrimento da NASA". As pessoas que escrevem tais histórias -- elas raramente têm a cortesia ou coragem de nos enviar cópias pré-publicação.
Redmond: As únicas vezes que eu lembro ter sido perguntado por uma explicação é quando minhas explicações podiam ser retratadas como algum tipo de encobrimento -- ou descartadas.
White: Editoras responsáveis como Readers Digest, National Geographic e New Yorker têm o hábito de verificar a precisão de seus autores nos pedindo para checar seu material factual. Mas quanto a livros sobre OVNIs e imprensa de tablóide -- não, eles nunca checaram conosco antes de publicar. . . .
Redmond: . . . ou depois de publicar, também!
Pergunta: Para o registro, vocês têm algum segredo sobre OVNIs ou vida alienígena?
White: Nenhum. Essas histórias são lixo e eu conto para qualquer pessoa que liga justamente isso. Normalmente nós não queremos dignificar tal lixo com uma resposta séria.
Redmond: Nós não temos nenhum segredo OVNI. De fato, esta é uma área onde nosso escritório gastou mais tempo vasculhando fotografias e transcrições para as mídias de notícias, em resposta às assim chamadas "alegações OVNI". Mas até a sugestão de que estamos retendo qualquer coisa, simplesmente não é verdade.
White: Nós sabemos sobre casos onde fornecemos filmes e relatos e estudos técnicos e então vimos essa informação distorcida e dando falsas impressões. Isso é de onde estas histórias sobre astronautas e OVNIs vêm: informação não verificada e distorcida.
Pergunta: Houve alguma vez qualquer capacidade de censurar transmissões espaciais?
Redmond: O Escritório de Assuntos Públicos -- o "P-A-O" [Public Affairs Office] -- no Controle de Missão realmente tinha um interruptor inibidor para os sinais de voz ar-terra, que estava em um atraso de sete segundos para permitir a sincronização com as imagens de televisão processadas por computador. . . .
White: . . . mas aquele interruptor nunca foi usado, até onde possa lembrar. E eu era a "voz da Apolo" PAO em muitos, muitos vôos.
Redmond: Certo, eu suponho que [o interruptor] estava lá para manter uma tragédia espacial fora do ar "ao vivo" até que nós pudéssemos notificar qualquer familiar próximo, mas não teria afetado as transcrições em todo caso, só a liberação de tempo real que era direcionada para a sala de notícias e para as redes. Nós só tivemos autoridade para usar isto durante em torno de um minuto no máximo, de qualquer maneira. As transcrições sairiam eventualmente, completamente sem censuras.
White: Ocasionalmente nós configuraríamos para exame médico privado ou conversações familiares. Não havia nenhuma freqüência ou código especial, nós só desconectaríamos o resto dos consoles no centro de comunicações.
Redmond: As conversações médicas não foram registradas, e não foram liberadas -- embora nós fizéssemos um sumário delas em entrevistas coletivas. Há algo no Juramento de Hipócrates sobre um doutor ter que manter confidência com seus pacientes.
Pergunta: Com que freqüência isto aconteceu?
Redmond: Durante a Apollo, bastante infreqüentemente. Durante a Skylab, nós teríamos tal conversa talvez a cada três dias por aí.
Pergunta: Assim não havia nenhum código especial ou canal secreto?
Redmond: Não, nós usamos nossos canais ordinários, mas a tripulação pediria apenas o doutor -- o "cirurgião de vôo" -- e o resto de nós desconectaria.
White: Ou então a tripulação poderia falar reservadamente com suas famílias em um quarto na parte de trás depois do corredor da sala de controle.
Pergunta: Fora destas conversas confidenciais com doutores, esposas e crianças, não havia nenhuma outra conversação que não se tornou publicamente disponível?
Redmond: Não, eu não acho, não vejo como eles poderiam ter feito isto.
Pergunta: Por que você supõe que esses livros e artigos de revista sobre OVNIs são escritos com tais acusações sórdidas contra NASA?
White: Eu acho que eles só são escritos para explorar a histeria pública, e para o inferno com os fatos. Essa é minha opinião pessoal, que eles favorecem o pânico e apelam para a ignorância pública.
Redmond: Eu me sinto frustrado pela ingenuidade do público, e pelo aproveitamento descarado de escritores que brincam com o desejo do público de ser mistificado. Mas eles usam apenas truques baratos, estes escritores. Eles entregam artigos falsos.
Pergunta: Mas que dano isso faz?
White: Não muito. Só uma parcela pequena realmente acredita em tal lixo, considerando a credibilidade das fontes.
Redmond: Eu discordo. Acho que é bastante prejudicial ao reduzir a credibilidade do programa espacial, e a imagem da NASA.

Permita-me um momento para um comentário próprio: Um leitor deste relatório chegará a uma conclusão completamente diferente daquela exposta por Wilson, Harder, Barry, Gris, Berlitz e outros. Uma coleção bem divulgada de excêntricos, malucos, vigaristas e inocentes bem intencionados criou uma fachada de 'encontros OVNI' e uma falsa alegação de 'encobrimento da NASA' relativo a OVNIs supostamente vistos há dez anos atrás na expedição da Apollo 11 para a Lua. Para alguns, as recompensas são provavelmente psicológicas, para outros, publicidade; para aquelas porções da mídia que lhes ofereceram avidamente um palco, as recompensas suculentas foram financeiras em natureza. Explicações e exposições de fraude (como na edição de Outono Inverno de 1977 da revista Search, de fevereiro 1977 da Space World, as edições de 1978 do Skeptical Inquirer e releases de notícias oficiais da NASA) são ignoradas ou distorcidas -- e aqui de fato está a verdadeira conspiração de encobrimento, se pode ser dito que uma existe. A reputação do programa espacial e dos astronautas sofreu, o público foi confundido e enganado, e o dinheiro rola por aí. Eu imagino com freqüência, onde estão os jornalistas investigativos corajosos que revelarão esta fraude OVNI?

Onde isso deixa os leitores depois de ver o que parecia uma história OVNI espacial sólida se despedaçar em enganos, falsificações e mentiras? Especialistas OVNI experientes devem imaginar quanto de outros casos OVNI "clássicos" que parecem igualmente bons estão igualmente podres debaixo da superfície.

Duas perguntas vêm à mente, mas não podem ser respondidas. Primeiro, a Apolo 11 não era excitante o bastante sem os OVNIs fictícios? E segundo, se há tantos outros casos OVNI verdadeiramente autênticos em registro, por que os escritores OVNI têm que confiar tanto em evidência duvidosa assim?

As respostas para estas perguntas ajudarão a estabelecer a verdadeira importância do que do contrário poderia ter sido apenas uma esquálida nota de rodapé em um capítulo sobre a história da exploração espacial. Mas se os investigadores e entusiastas OVNI futuros aprenderão qualquer coisa disto é uma boa pergunta. Porque nós podemos ver que histórias OVNI parecerem tomar vida e se espalhar por si mesmas, até mesmo quando não há absolutamente nenhuma fundação em fato na qual elas poderiam ter sido possivelmente baseadas. E se isso é verdade neste caso, temos que suspeitar que aconteceu com alguma freqüência em outros casos onde não podemos determinar os fatos com tal certeza. E por mais que digam o contrário, os peritos e divulgadores OVNI -- Mullaney, Sandler, Emenegger, Fuller, Hervey, Button, Harris, Binder, Matsumura, Barry, Pepper, Lorenzen, Harder, Chatelain, Lepoer-Trench, Zigel, Boznich, Wilson, Gris, Goodavage, Beckley, Pratt, Creighton, Berlitz, Moore, Azhazha e outros têm que de alguma forma ser responsabilizados por promulgar padrões basicamente defeituosos. Porque não importa o que eles possam admitir de forma privada, suas posições públicas permanecem enganosas.

Essa é a verdadeira moral dos OVNIs Fantasma da Apolo 11!

O homem só utiliza 10 por cento da capacidade do cérebro

O homem só utiliza 10 por cento da capacidade do cérebro

Um fator que certamente alimentou a propagação deste mito é o fato de que ele proporciona uma explicação "científica" para a suposta capacidade psíquica ou paranormal de certas pessoas. Enquanto os meros mortais utilizam somente 10% de seu cérebro, algumas pessoas teriam a capacidade (inata ou desenvolvida) de utilizar os 90% restantes, desenvolvendo poderes mentais muito além do geralmente aceito pela ciência. O mesmo argumento é às vezes empregado na propaganda de técnicas ou cursos de desenvolvimento mental que garantem, por exemplo, a obtenção de uma incrível capacidade de memorização.

Infelizmente, por mais que esta idéia inspire nobres esforços em busca do auto-aperfeiçoamento, sabe-se que, apesar de a evolução ter gerado uma certa redundância nos circuitos do cérebro, ele é usado por completo. Diversas técnicas empregadas pela neurociência moderna (tomografia, ressonância magnética, etc) mostram que não existem áreas inativas no cérebro. Como determinadas funções são concentradas em áreas específicas do cerébro, pode ocorrer que em um dado momento uma certa função (e sua região cerebral correspondente) não esteja sendo utilizada. Isto é, não utilizamos 100% do nosso cérebro durante 100% do tempo, mas utilizamos todo o cérebro ao longo de nossas diversas atividades normais.

Mesmo sem o conhecimento destes fatos, não seria muito dificil identificar a falsidade deste mito. Afinal de contas, se a maioria das pessoas deixassem 90% de seu cérebro ociosos, um traumatismo craniano que envolvesse a perda de massa cerebral não seria algo tão grave a não ser que a vítima tivesse o grande azar de perder os 10% importantes. Alguém já viu um médico dizer para a família de uma vítima de um tiro na cabeça, "Seu filho teve sorte, a bala atingiu uma área ociosa do cérebro... "?. Da mesma forma, 90% dos tumores de cérebro seriam facilmente resolvidos, podendo a área afetada ser retirada sem maiores problemas.

Alguém poderia argumentar que os 10% referem-se não ao volume do cérebro, mas a algum índice de atividade (como sua velocidade de processamento ou capacidade de armazenamento). Entretanto, não se conhece nenhuma técnica para a determinação de um limite teórico para estes processos, de forma que seja possível determinar a eficiência do cérebro de uma pessoa em particular. Assim, qualquer quantificação desta eficiência seria nada mais que um "chute", sem qualquer sentido real.

A origem exata deste mito é desconhecida, mas provavelmente deriva da interpretação errônea das primeiras pesquisas sobre o funcionamento do cérebro, no início do século XX. Aparentemente, Einstein inadvertidamente colaborou para a propagação deste mito ao usá-lo para responder a um jornalista que lhe perguntou a razão de sua grande inteligência.

Alienígenas e Atlântida

Alienígentlântida

Imagem: A "Estrada de Bimini", ou "Pedras de Atlântida", uma formação rochosa na costa da Ilha de Bimini, nas Bahamas

Por se tratar de uma das áreas com a maior incidência de aparições de OVNIs, não se admira que as abduções alienígenas tenham se tornado uma explicação popular para os desaparecimentos ocorridos no Triângulo das Bermudas. Mas elas não são a única teoria, há quem já tenha teorizado que o local é um portal para outros planetas. Mas por que essa área específica?

Muitos acreditam que a área do Triângulo das Bermudas é o local da cidade perdida de Atlântida e dos restos de suas avançadas tecnologias. O famoso paranormal Edgar Cayce disse que a Atlântida já possuía muitas das tecnologias que julgamos modernas, incluindo uma arma letal de raios que teria destruído a cidade, ainda de acordo com Edgar. Há até os que dizem que os habitantes de lá eram uma raça alienígena proveniente do aglomerado estelar das Plêiades.

Cayce previu que pesquisadores descobririam o limite ocidental da Atlântida perto da costa de Bimini, nas Bahamas, e eles realmente encontraram uma "estrada" de pedras no local em 1968. Mas os primeiros pesquisadores e arqueólogos que estudaram o local, conhecido como "Estrada de Bimini", logo o consideraram como uma ocorrência natural. No entanto, investigações recentes descobriram evidências que parecem sustentar a idéia de que as pedras foram moldadas e colocadas lá para formar uma parede. E essa descoberta de uma possível cidade submersa próxima de Cuba só vai aumentar o ímpeto dos que apóiam a teoria da Atlântida.

Diz a lenda (e especulações) que a cidade de Atlântida dependia do poder de cristais de energia especiais que eram extremamente poderosos. Cayce apoiava essa idéia e a descoberta de uma grande pirâmide submersa e de um cristal, realizada pelo dr. Ray Brown, em 1970, fortalecem ainda mais essa teoria. O Dr. Brown estava mergulhando com equipamentos nas Bahamas quando, alega ele, encontrou uma grande pirâmide feita de pedras com características de espelho. Continuando sua busca, entrou na pirâmide e viu um bastão metálico com uma gema vermelha de várias faces pendurada no ponto mais alto da sala. E diretamente abaixo do bastão estava uma bancada onde mãos de bronze seguravam uma esfera de cristal de 10 cm de diâmetro. Ele removeu o cristal e o guardou secretamente até 1975, quando o exibiu em um seminário paranormal sediado em Phoenix, no Arizona. Ele relatou que ao olhar dentro do cristal, é possível ver três imagens de pirâmides, uma em frente a outra e com tamanhos decrescentes, e há até os que viram uma quarta pirâmide na frente das outras três após terem entrado em estados de meditação profunda.

Brown diz acreditar que as linhas partidas vistas ao observar a lateral da esfera do cristal podem ter natureza elétrica, como se fossem uma espécie de circuito microscópico. Especula-se que esses cristais de energia estejam em algum tipo de estado alterado que os capacite a enviar raios de energia que confundam instrumentos de navegação ou simplesmente desintegrem os veículos.

Paranormal divulga denúncias

Paranormal divulga denúncias

Aquele que havia previsto a vitória do Geraldo Alckmin.

Paranormal divulga denúncias

Justiça seja feita: o delegado da Polícia Federal Edmilson Pereira Bruno foi corajoso ao divulgar as fotos dos R$ 1,75 milhão do dossiê Vedoin, às vésperas de 29/10, primeiro turno das eleições 2006, todavia, ao procurar o charlatão Jucelino Nóbrega da Luz (aquele que havia previsto a vitória do Geraldo Alckmin), para pedir ?ajuda espiritual?, demonstrou total ignorância. ("Paranormal divulga denúncias", O ESTADO DE S. PAULO, Nacional, Sábado, 04/11/2006, Página A10).

Perguntar não ofende: como é que pode, um delegado da Polícia Federal, portanto, um homem bem informado, esclarecido, inteligente, procurar um charlatão para se aconselhar?

Pobre Brasil!

Luiz Roberto Turatti

Teosofia

Teosofia


Teosofia, ou sabedoria divina, refere-se ou ao misticismo dos filósofos que acreditam que podem compreender a natureza de Deus por apreensão directa, sem revelação, ou refere-se ao esoterismo de colecionadores de filosofias misticas e ocultas que afirmam estar em presença de grandes segredos de sabedorias antigas.

O misticismo teosofico é atribuido a Platão (c. 427-347 aC), Plotinus (204/5-270) e outros neo-Platonicos, e Jakob Boehme (1575-1624), entre outros. Teve a sua ultima grande explosão na filosofia ocidental no século 19 com o Idealismo Alemão. A tradição mistica continua a ser um forte elemento em muitas filosofias não Ocidentais, como a Indiana.

O esoterismo teosófico inicia-se com Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891) mais conhecida como Madame Blavatsky, uma das co-fundadoras da Sociedade Teosófica em Nova Iorque em 1875. A tradição teosófica esotérico de Blavatsky vai beber a várias tradições filosóficas e religiosas: Zoroastrismo, Hinduismo, Gnosticismo, Maniqueismo, a Cabala, entre outras.

Os seus mais duros criticos consideram Madame Blavatsky como "um dos mais bem sucedidos, engenhosos e interessantes impostores da história." Os seus seguidores consideram-na uma santa e um génio. [Afirmam que ela descobriu a verdadeira natureza da luz ou por clarividência ou por intuição, sem necessidade de estudo cientifico ou comunicação com cientistas.] Visto as caracteristicas não serem conrtraditórias, é possivel que tenha sido uma fraude e uma santa genial. Muito do que se diz de Blavatsky origina-se nela mesmo, os seus fiéis ou os seus inimigos. Mesmo assim, algumas coisas parecem menos dubias que outras. Parece ter viajado e lido bastante. Blavatsky afirma ter passado vários anos no Tibete e India sendo iniciada nos mistérios ocultos por vários "mestres" (mahatmas ou adeptos) especialmente Mestre Morya e Koot Hoomi, que tinham corpos "astrais". São conhecidos pelos seus extraordinários poderes psiquicos e por serem os guardadores de "Antiga Sabedoria". Não são divinos, diz ela, mas mais evoluidos que a maioria de nós. (Evolução, de acordo com Blavatsky, é um processo espiritual.) O seu objectivo é unir a humanidade numa Grande Irmandade Branca.

Blavatsky parece claramente ter uma poderosa personalidade. Conhecia os truques do espiritismo, tendo trabalhado com um espirita no Egipto, e no inicio a Sociedade Teosofica parece ter claramente usado truques para enganar os outros, fazendo-os crer que tinha poderes paranormais. Certo que aldrabou a materialização de um pires e uma chavena, bem como mensagens escritas dos seus Mestres, presumivelmente para aumentar a sua credibilidade. Afirmava ter tido experiencias paranormais, mas se ela acreditava realmente em tudo ou não, não podemos dizer.

Em 1875 funda a Sociedade Teosofica em colaboração com Henry Steele Olcott, um advogado e escritor, e W. Q. Judge. Ela encontra Olcott em 1874 enquanto investiga o espiritismo dos irmãos Eddy em Vermont. Continuam a encontrar-se e com outros que pensam de forma semelhante e juntos fundam a sociedade. Alguns anos depois, ela e Olcott partem para a India e estabelecem aí o centro da teosofia. Sai debaixo de suspeita em 1885, acusada de falsificar materializações de ensinamentos dos seus Mestres. De volta à Europa em 1888 publica a sua grande obra The Secret Doctrine. O livro "é uma tentativa... de reconciliar ciência, Sabedoria Antiga e cultura humana através de... cosmologia, história, religião e simbolismo." (Ellwood) De acordo com Blavatsky, "O objectivo da... Sociedade Teosofica [era] reconciliar todas as religiões, seitas e nações debaixo de um sistema comum de ética, baseado em verdades eternas."

Não rejeita religiões como o Cristianismo e o Hinduismo, mas afirma que todas as religiões teem uma tradição exotérica e esóterica. As tradições exotericas são unicas e distintas para cada religião. A doutrina esotérica é a mesma para todas. Ela afirma transmitir a sabedoria dessa doutrina partilhada. E mesmo tendo tido uma associação com o espiritismo, afirma que "os espiritos dos mortos não podem regressar à terra -- salvo em raros e excepcionais casos..."

Podemos perguntar porque, sendo a Teosofia tão antiga e universal, era desconhecida até 1875. Madame tem a resposta. Devia-se a "ignorancia voluntaria". Nós humanos perdemos a "verdadeira visão espiritual" porque nos devotámos às "coisas dos sentidos" e ficamos escravos "da letra morta do dogma e dos rituais" "Mas a razão mais forte," diz ela, "reside no facto de que a Teosofia sempre se conservou em segredo." Existem vários motivos para se manter este segredo. "...Primeiro, a perversidade da natureza humana média e o seu egoismo, sempre pronto à gratitude de desejos pessoais em detrimento do vizinho e do próximo. A tais pessoas não se podiam confiar segredos divinos. Segundo, a sua instabilidade para manter os conhecimentos divinos e sagrados. Foi isso que levou à preversão de verdades e simbolos sublimes, e à gradual transformação de coisas espirituais em antropomorficas, concretas." [The Key to Theosophy] Perguntamos se o mundo era muito diferente nos finais do seculo 19. Se eram menos preversos, egoistas, materialistas, profanos, etc, do que tinham sido, será um choque para os historiadores.

Mas que é esta "Sabedoria Antiga" que os teosofos prometeram partilhar connosco? Uma compilação eclética de escritos e ensinamentos Hindus, Egipcios, Gnosticos e outros, neo-Platonismo, e histórias como o mito da Atlantida. São filosofias e histórias para quem sente um tremorzinho ao som de palavras como secreto, especial, espiritual, iluminação, transformação, esoterico, oculto, adivinhação, antiga sabedoria, cósmica, visão, dinamica, dourada, Isis, mistérios e mestres. Prometem escape dos males do mundo, especialmente dos do corpo, enquanto fornecem uma explicação para o Mal.

Afirmam conhecer a razão pelo qual o progresso espiritual é tão lento a chegar: devido a essa coisa horrorosa do universo chamada "matéria". Prometem o poder de adivinhação enquanto fornecem uma explicação para milagres que os leva para lá dos limites do sobrenatural e coloca o crente no centro do universo espiritual. Prometem a união com grandes principios morais enquanto oferecem a adesão a uma sociedade isolada de seres muito especiais. Mas talvez a maior atração em juntar-se a uma sociedade esotérica seja que não tem de andar na universidade nem tem de ler Kant.

Do que precisa é de queda para o oculto. Isto é perigoso, segundo Blavatsky, mas a teosofia pode ajudar.

Quando ignorante do verdadeiro significado dos simbolos divinos esotéricos da natureza, o homem pode calcular mal os poderes da sua alma e, em vez de comungar espiritualmente e mentalmente com os seres celestiais superiores, os bons espiritos, ele inconscientemente chama os maus, negros poderes que rondam a humanidade -- e caem da magia branca na magia negra. [What Is Theosophy?]

Segundo Madame, "...ninguem pode ser um verdadeiro Ocultista sem ser um verdadeiro Teosofista; de outro modo é apenas um mágico negro, consciente ou inconscientemente." Ela considera mesmo o mesmerismo e o hipnotismo como artes ocultas.

Ciências ocultas não são, como as Enciclopedias referem, "ciências imaginárias da Idade Media que se relacionam com a suposta ação ou influência de qualidades ocultas ou poderes sobrenaturais, como a alquimia, a magia, a necromancia e a astrologia," porque são reais, actuais e muito perigosas. Ensinam a potencia secreta das coisas da Natureza, desenvolvendo e cultivando os poderes secretos "latentes no homem," dando-lhe enormes vantagens sobre os mortais ignorantes. O poder do hipnotismo foi descoberto quase por acaso, com o caminho preparado pelo mesmerismo; a agora um hipnotizador pode fazer quase qualquer coisa com ele, fazendo um homem desde assumir um papel ridiculo a cometer um crime. Não é isto um poder terrivel nas mãos de pessoas sem escrupulos? E lembrem-se que este é apenas um ramo menor do Ocultismo. [The Key to Theosophy]

Blavatksy pode ter compreendido o segredo da essencia divina, mas não penso que tenha compreendido a natureza do hipnotismo ou do mesmerismo. Acredito porem, que tinha razão quando dizia que "...o extase dos misticos e dos modernos mesmeristas e espiritualistas, são identicos na sua natureza, embora diferentes na sua manifestação." [What Is Theosophy?] Acredito que nenhum deles é um estado especial de consciência, apesar de serem estados de espirito, governados por papeis sociais, uma posição defendida por modernos psicólogos como Nicholas P. Spanos.

Pode perguntar porque não é a teosofia universalmente reconhecida como a salvação da humanidade. Para alguns pode ter a ver com a mensageira. Muitas pessoas não levam a sério uma nobre russa que afirma ter tido na infancia visões de um alto Hindu que se materializou em Hyde Park e se tornou o seu guru e conselheiro. Muitos cépticos riem das suas nobres origens e sequente desenvolvimento como artista de circo. Mas tomam a sério as acusações de fraude, por mais nobres que os motivos sejam. Para outros são as doutrinas que os afastam. Apesar dos apregoados elevados principios, o desejo de paz e boa vontade, há o pequeno problema dos corpos astrais, a avolução das raças espirituais, Arianos, poderes paranormais, a Atlantida, etc. Para alguns isto pode parecer melhor que a Encarnação, Transubstanciação e a Trindade, mas para os cépticos isto é apenas codswallop metafisico. Finalmente, outros podem ser repelidos pela auto-disciplina requerida pela teosofia.

...a regra máxima de tudo é a inteira renuncia à personalidade -- i. e., um membro tem de se tornar um autentico altruista, nunca pensar em si, esquecer a sua vaidade e orgulho com o pensamento no bem dos seus irmãos, para lá dos seus irmãos do circulo esoterico. Tem de viver, se quer aproveitar as instruções esotéricas, uma vida de abstinencia em tudo, de auto-negação e estrita moralidade, fazendo o seu dever para com todos os homens.

"...cada membro tem de ser ou um filantropo, ou um investigador nas literaturas Arianas e outras antigas, ou um estudante psiquico."[The Key to Theosophy]

Não é uma vida fácil, perseguindo o caminho dos mahatmas e a Antiga Sabedoria, tentando unir a humanidade na Grande Irmandade dos seres espiritualmente evoluidos com conhecimentos secretos como a Atlantida. Talvez fossem inconsistencias da doutrina secreta que fizeram o grupo dividir-se após a morte de Madame. O seu sonho da Irmandade do Homem continua um sonho, apesar de existirem sociedades teosoficas em todo o mundo.